Revista semanal pela Internet
Índio Gris UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2002 NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS ÍNDIO GRIS
É PRODUTO ÍNDIO GRIS Nº 88 ANO II EDITORIAL Há
momentos onde não se pode mais. O
futuro me chama com sua voz de delírio, Há
dias onde não bastam as palavras Amada,
amada minha, ajuda-me a esconder Houve uma tarde, um dia em que não pude escrever.
Pensava
que voava, que era o pássaro Depois,
ao despertar me dava conta Pensava
que voava, que era o homem Um
homem matava a um homem porque sim, Se
buscava o culpável e todas as vezes O
coração doía, as palavras doíam,
Querida:
Hoje levanto diante de teus olhos assombrados a palavra liberdade.
A liberdade são tuas carícias, me disse ela antes de desaparecer.
Hoje ela me viu um pouco preocupado e me disse: - Olhe, doutor, abrir-se, abrir-se, abrir-se, não é, não quer dizer, abandonar a direção, senão que quer dizer dirigir mais pessoas, articular mais poder. - Como você sabe que me interessam essas coisas? - Nada, imagino, simplesmente, que você não quererá ser só um psicoanalista. Você não se preocupe, doutor, eu estou aqui para redimi-lo. Eu serei a chama viva de sua noite. Depois de mim, doutor, ninguém lhe esquecerá.
Ela não só se engasga com meu sêmen senão que, também ou quase mais, com minhas palavras. No outro dia lhe disse que deveríamos morrer para saber e ela me respondeu que eu era um assassino. Eu lhe disse que não o tomasse tão a sério e ela me respondeu que se tivesse que deixar-se matar o faria, mas que preferia fazer amor. - E desta vez: como o queres: envolto em tulipas negras de Holanda, embebido, volta a volta ao anis turco ou o queres à xoxota de tua mãe? - Escuta-me nena, o homem, já te havia dito no livro anterior, não agüenta mais. Faz água pelos quatro lados. Até o dia de hoje, votaram: Pornografia: 85.000 Erotismo: 135.000
As rebeliões são aquelas que não frutificam como transformação. Se chama rebelião ao que se sufoca. A rebeldia é outra história do mundo, é outra história que não aconteceu. Não tenho medo de não saber dizer, tenho medo de não saber escrever, de não chegar senão somente a meus contemporâneos ou quando muito ao século que vem. Isso já disseram vários, entre eles Sartre. Deve ser algo que se diz por compromisso no caso de chegarem a existir outros mundos, outros séculos que venham a ler-nos, que saibam que foram levados em conta em nossa escritura. Oh!
mundos distantes e desconhecidos. Índio Gris ISTO É PUBLICIDADE
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