ÍNDIO GRIS
Revista semanal pela Internet
Nº 54. ANO 2001 QUINTA-FEIRA 7 DE JUNHO
NOSSAS NOVAS SEÇÕES:

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2001

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 54

ANO II

EDITORIAL

Hoje começamos nosso segundo ano de vida e esperamos poder modificar algumas coisas. 
A partir de hoje teremos seções: POESIA - CARTAS DE AMOR - PSICOANÁLISE  EROTISMO - ALGO DE POLÍTICA. Aceitaremos publicidade em nossas páginas e responderemos com certa disciplina as Cartas ao Diretor. 

Mara Bellini recita

ONDE ESTARÁ O AMOR?

O amor. O Amor.
Onde estará o amor?

Quantas vezes
desenhei a esquina
onde nunca chegaste
e te busquei
pelos salões
e fui ladrão
para buscar-te entre as sombras
e teria sido capaz de matar
se alguém tivesse me dito
que nesse gesto te encontraria.
Fui só e fui muitos.

Todos os corpos
foram investigados
palmo a palmo.

Todas as máscaras
foram arrasadas
para buscar-te
no centro da verdade
e tampouco estavas.

Te busquei entre os pobres
entre as espessas capas da dor
entre entranhas e sórdidos álcoois
no próprio asco da vida.

Depois não te busquei mais
encontrei outras palavras.

28 de janeiro de 1977, Madrid

Que te dê asco minha escritura,
que penses que minha escritura é coisa de loucos
ou produto espúrio das drogas alucinógenas que,
bem tu sabes,
                    jamais alteraram minha "razão",
e que por último haja certas combinações por agora
                                                                        [incompreensíveis,
não são motivos suficientes
para deter minha desenfreada carreira para o centro de teu ser.

A poesia fará seus estragos.

A fuga não será possível,
só para nós, amada,
a última cerimônia,
                             o ato de consagração,
                                                                 a comida final.

Bebei, bebei meu sêmen,
trata-se, tens que saber,
                                    de tua primeira comunhão.

Temer,
temo teus nervos despedaçados em pleno coração.

30 de janeiro, à tarde, Madrid 1977

Volto porque voltar é minha função.

Sei que ninguém necessita de nosso amor
e no entanto
o tempo da cegueira está conosco.

Há um lugar do homem onde a carne volta a ser soberana.

Partirei teu corpo em dois,
                                     única maneira.
Abolirei o silêncio entre nós,
teus gritos, gozo e dor, falarão do encontro.
Te possuirei
como se possuem os gestos habituais.
Te farei viver ao meu lado até o final,
o entretenimento
                           será definitivo.
Teus perfumes
e nossos líquidos orgânicos em decomposição
-o aroma da vida-
estarão conosco.
Oh! Bem aventurada, beijo tua boca entre a névoa,
e olho pela janela uma cidade,
totalmente morta, encadeada a suas cloacas.

30 de janeiro de 1977, à noite, Madrid

Submerjo minha cabeça na espessura e só teus uivos me lembram a vida.

Detenho,
diante da tua morte,
minhas mãos ao redor de teu pescoço.
                                                  A guerra continua.

Jogo infernal dos amantes:
serás outra e outra infatigável e outra sobre os telhados
e ainda, outra mais recortada contra a neve azul
e um mundo de pisadas sobre a neve;
e serás outra mais, perdida irremediavelmente,
no labirinto de minha paixão e a fumaça de minhas drogas.

Álcoois, álcoois luminosos

e ainda, outra mais deitada ao meu lado no outono
e a pequena morta entre meus braços
e no meio de meus olhos,
                                    serás por fim,
a ressuscitada.
A que já não sabe mais o que fazer,
                                                        minha enamorada.

Madrid, 30 de janeiro de 1977,
depois da meia-noite

Outra vez teu pranto me anuncia o cálido espaço das repetições.

Morte contra morte, dor contra dor.

Golpeio sem piedade o universo de tuas formas,
me burlo da justiça.
Sei,
estamos condenados.
Abramos as comportas, deixemos que o mar
inunde definitivamente nossa razão.

                                                        O amor não existe

E não existe nenhuma boa razão para viver
                                                                e no entanto
quero como espetáculo final:
meu corpo cavalgando sobre teu corpo.
                                                            Estamos salvos,
dedicaremos os próximos vinte séculos à imaginação.

Teremos pão e leite e do passado
-isto é, de nossas vidas-
só estas palavras.

 

PSICOANÁLISE
Entrevista psicoanalítica a um homem de 30 anos, psicólogo

Um homem de uns trinta anos, psicólogo.

Hoje chegou três minutos antes e começou a falar da vontade de poder. Eu tomo meu chá lentamente. O paciente, entretanto, diz que há uma fratura, não sabe bem onde, entre o profissional e o intelectual.

- Ontem em lugar de fazer amor com minha mulher me pus a trabalhar na segunda sessão de meu segundo paciente.

- Me dou conta, sem dizer-lhe nada, de que o paciente busca a possibilidade da escritura.

- O cheiro da marihuana -diz o paciente-psicólogo- como qualquer outro incenso me faz pensar que estou num templo. Esta manhã li no jornal uma seita que praticava vasectomia, abortos e troca de casais. Agora me vem um pênis à boca e o estou chupando, lembro que mataram um da seita lhe enviando uma serpente pelo correio. Ontem estive na clínica com minha mulher e não está grávida e então nos recomendaram mais comprimidos e mais análise de mucosas e mais radiografias. Terminamos discutindo com minha mulher.

Eu penso, sem dizer nada, que ele não quer ter um filho com essa mulher, senão com outra.

- Não sei, agora, sinto como um alívio, como se estivesse voando de alguma maneira, como com o corpo totalmente relaxado, como uma sensação de expansão. Você doutor, não pensou nada?

Me senti descoberto pelas últimas palavras e lhe disse sem saber o que dizia:

- Sim, pensei que você não pode engravidar sua mulher, porque você quer ter um filho comigo.

Silêncio e, depois, com um tom de tristeza como que distanciado das palavras:

- Sabe uma coisa doutor? Minha mulher não quer ter relações anais. É um pouco constipada. Não conquistou todavia esse buraco para o gozo. Além disso eu manifesto certo asco pela merda. e certas repulsas de me sentir manchado pelo sêmen depois da ejaculação, ou os cheiros, ou inclusive a higiene do próprio corpo. Outra vez me aparece um pênis próximo da boca e o chupo.

Penso, sem dizer nada, como isso estará relacionado isso com as tetas de sua mãe.

- Vi a minha mãe lavando sua cabeça sem blusa e sem sutiã, ao virar-se para me dizer que não entrasse me mostrou os peitos e eu me masturbei com eles. Também me masturbo às vezes com imagens de algum homem em certo estilo em relação a meu pai. Imaginava as relações homossexuais entre tartarugas.

Tenho a fantasia neste momento com você, de me perder em algum acontecimento.

Me pergunto se esse corpo que acaricio nele, é o corpo de meu pai morto ou de minha mãe anciã. Às vezes penso que minha mãe tem pênis, às vezes em sonhos, procuro entre as pernas de minha mulher um pênis.

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Bati uma punheta com a minha mão e com a mão dela. Estávamos muito excitados. Isto ocorria depois de ter feito duas ou três vezes amor e ter lhe fodido o cu primeiro com um dedo, depois com dois, logo com a ponta da pica e uma quarta vez, depois de esfregá-la longo tempo pelas nádegas que ela movia inquietamente, metia nela até os ovos e comecei a empurrá-la contra a parede.

- Vou morrer, disse ela, vou morrer.

- Eu diminui o ritmo e sem acabar interrompi a operação. Chegamos ao banheiro cambaleantes, ela se sentou como para cagar e me disse:

- Pelo cu é um gozo brutal e eu que acreditava que era só para cagar. Tão brutal era o gozo que quase desmaio.

Logo deu dois ou três peidos e se tranquilizou bastante. Aí foi onde eu desabotoei a bragueta outra vez e saquei a porra e comecei a meneá-la; quando a tinha bem parada disse a ela:

- Vamos nena, goza comigo -e, para ajudá-la, com a mão livre a apertava os mamilos.

Não temas, estou arrebatado de haver podido tanto. Eu sou aquele que veio para morrer.

 

               Você, o que opina?

Pornografia   ou   Erotismo

 

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Zapatero propõe mais orçamento e uma Constituição para a Ultra Espanha.

* * * * *

Rajoy suaviza a Lei do Estrangeiro enquanto expulsa  mais nigerianos.
(título do diário sem retoque).

* * * * *

Os britânicos começam a perder o medo da Europa e a usarão como arma eleitoral.

* * * * *

Jospin reconhece que simpatizou com o trotskismo depois de tê-lo desmentido. Pois ninguém o diria!

* * * * *

Matas declara diante do Parlamento, balear a todos os contrários

* * * * *

O PP atribui ao PSOE uma ilegalidade por dar a conhecer os votos de falecidos. Entre vocês, os de esquerda, como morrem é legal dizer que os mortos não votem, mas entre nós os do PP que pensamos  em governar por mais de 20 anos, os mortos, sim, votam.

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Aznar tacha de "infantil" a proposta de Zapatero de comprar carros de choque. Zapatero lhe responde que é mais infantil pedir peras ao olmeiro.

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Um tribunal de Madrid nega a um cidadão um DNI em catalão e no resto da Espanha negam a um semfim de cidadãos um DNI em árabe, chinês, iugoslavo, polaco, colombiano, russo, venezuelano, argentino...

* * * * *

Os juízes tratam pior às vítimas da violência se são casais de fato e melhor se são casais desfeitos.

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Europa lidera a tecnologia das observações ótica e infravermelha do céu mas não sabe nada da terra.

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Fomento estuda construir o novo túnel da AVE por debaixo da rua Serrano para que também se derrube algum edifício da rua Serrano.

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