Un lector de Indio Gris nos escribió este mail:

 " Querido Indio Gris:

Muchas cosas he conocido buenas de Grupo Cero, cuyo director es Ud. No le contaré mi historia, una historia más entre miles o cientos. Eso da igual en este caso. Excepto que le considero escuchador muy especializado.

No me gusta verle arreciando tanto hacia los críticos. No creo le hagan tanto daño.

Su próxima película callará alguna boca. O no. Deje que los muertos entierren a sus muertos. Usted a lo suyo.

Los peores versos se los dedicó a los críticos. Vale ya.

¿O tiene olvidados a sus lectores ávidos de alguna inteligencia entre tanto aturdimiento?"

STGMIGUEL

* * *

Soy tan partidario de la disciplina del silencio, que podría hablar horas enteras sobre ella.
(Bernard Shaw)
 

El silencio debiera ser la cualidad de aquellos a quienes faltan las demás.
(Blanchard) 
 

El silencio es el partido más seguro para aquel que desconfía de sí mismo.
(La Rochefoucauld) 
 

Que hablen de uno, es espantoso. Pero hay algo peor: que no hablen.
(Oscar Wilde) 
 

El silencio es el ingenio de los necios.
(Jean de la Bruyère)
 

Cuídate de los que sólo ven desorden en el ruido y paz en el silencio.
(Otto von Bismark) 
 

Lo más atroz de las cosas malas de la gente mala es el silencio de la gente buena.
(Mahatma Gandhi)
 

Nuestra generación no se habrá lamentado tanto de los crímenes de los perversos como del estremecedor silencio de los bondadosos.
(Martin Luther King)
 

* * *

ÍNDIO GRIS Nº 399

ANO IX

Eu acuso?
ou
o mundo inteiro caminha para trás?
 

* * *

Um leitor de Índio Gris nos escreveu este mail:

 " Querido Índio Gris:

Muitas coisas boas conheci de Grupo Cero, cujo diretor é você. Não lhe contarei minha história, uma história mais entre mil ou centenas. Isso da no mesmo neste caso. Exceto que lhe considero escutador muito especializado.

Não gosto de vê-lo engrandecendo tanto os críticos. Não creio que lhe façam tanto dano.

Sua próxima película calará alguma boca. Ou não. Deixe que os mortos enterrem seus mortos. Você os seus.

Os piores versos dedicou aos críticos. Já está bem assim.

Ou tem esquecido de seus leitores ávidos de alguma inteligência entre tanto atordoamento?"

STGMIGUEL

* * *

Respostas

Sou tão partidário da disciplina do silêncio, que poderia falar horas inteiras sobre ela.

(Bernard Shaw)

 O silêncio deveria ser a qualidade daqueles a quem faltam as demais.
(Blanchard) 
 

O silêncio é o partido mais seguro para aquele que desconfia de si mesmo.

(La Rochefoucauld)

Que falem de alguém é espantoso. Mas há algo pior: que não falem.
(Oscar Wilde)

O silêncio é o engenho dos nécios.

(Jean de la Bruyère)

Cuida-te dos que só vêem desordem no ruído e paz no silêncio.
(Otto von Bismark)

O mais atroz das coisas más das pessoas más é o silêncio da gente boa.

(Mahatma Gandhi)

Nossa geração não terá se lamentado tanto dos crimes dos perversos como do estremecedor silêncio dos bondosos.

(Martin Luther King)

* * *

   O SILÊNCIO

Não posso dizê-lo. A voz precisa

ficou sob o silêncio sepultada;

quando traquina o crime já não é nada

o dente que peleia no sorriso.

Não posso dizê-lo. E acaso é longo

o caminho que o dano me assegura.

Não posso dizer, e no entanto

sei que está próxima a total negrura.

Não posso dizer... Todas as penas

vão voltando já como sereias

solidões que aqui não tem signo.

Mesmo que a morte simplesmente abra,

ainda que por fim me arrebatem a palavra

não vou me calar nem me resigno.

CARILDA OLIVER LABRA (Cuba-1924)

* * *

   O SILÊNCIO

Nunca inquiristes

Por quê, mundo trás mundo,

Pelo céu profundo

Vão passando sem ruído?

Eles, os que transpiram

As coisas absolutas,

Por suas azuis rotas

sempre calados giram.

Só o homem, pequeno,

Cujo humano pulsar

Na terra, é um sonho,

Só o homem faz ruído!

ALFONSINA STORNI (Suiza-1892)

* * *

O CARNAVAL DO CINE

III

Seguindo os conselhos

do velho sábio

conheci a igreja

e, também, o campo-santo.

Passava minhas tardes

nos cemitérios

buscando epitáfios

de críticos mortos.

Não encontrei nenhum

e tive algum medo

e quase tremendo

perguntei ao coveiro:

“Os críticos não morrem?”

“Morrem como moscas,

mas quando morrem

ninguém pensa neles.”

E assim fiquei preocupado

aproximadamente dois meses:

como viverão os críticos

que ao morrer ninguém os quer.

E me propus estudar,

dos críticos, a fundo

e gastei um dinheirama

por vê-los reagir.

Não tinham reações

eram como os autômatas:

passasse o que passasse

eles pensavam igual.

Algo assim como uma seita,

e perdão pela palavra,

todos juntos adiante

sem nenhuma diferença.

O DIRETOR

* * *

Se por acaso não viu:

Esperamos seus comentários
 

* * *

Até a próxima.

Índio Gris

ISTO É PUBLICIDADE