Revista semanal pela Internet ÍNDIO GRIS
Nº 343 - ANO 2007 - QUINTA-FEIRA
18 DE OUTUBRO

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2007

NÃO SABEMOS FALAR MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS  IDIOMAS
CASTELHANO... PORTUGUÊS... ITALIANO...
e alguns números, também, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO...

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO

O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA

A FUSÃO COM MAIS FUTURO
DO SÉCULO XXI

Indio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 343

ANO VIII

EDITORIAL
 

ARTE POÉTICA

Estamos infinitamente estendidos 
porque nossa tarefa é esperar o sol. 
Podemos alegremente sobre a terra 
fazer gestos terríveis de provocação 
e estender-nos sem premência sobre a erva fresca.

Nos mostrarão pedras preciosas 
nos estenderão redes de sedas selvagens 
e peles naturais. 
Algum de nós cairá irremediavelmente 
atacado de um golpe de ternura. 
Lhe pendurarão seguramente 
uma pedra preciosa no traseiro 
e se dirão de costas 
                               já cairão 
o homem humano tem suas misérias.

Mandarão buscar diamantes da África 
corais do Índico, mulheres estrangeiras. 
Nos recitarão poemas por alto falantes. 
Nos mostrarão pela televisão (em circuito fechado) 
os inconvenientes da vida 
ao ar livre. 
As tormentas ao ar livre 
podem ensombrecer para sempre 
a mirada de certas crianças encantadas.

Nos falarão da importância da poupança. 
Intervirá a Igreja. 
Nos entregarão suas mulheres em troca do silêncio. 
Nos atirarão flores 
                          pedras 
                                     tiros 
tiros ao coração à cabeça.

Nós estaremos infinitamente estendidos 
porque nossa tarefa é esperar o sol.

De "Yo pecador" (1975)

 

O OFÍCIO DO POETA

Envolto nas brumas do tedioso viver,
só a poesia me acompanha.

Quando vou pela vida, Ela,
costuma assombrar-se de minha solidão.
Lhe digo que não importa,
em sua presença o mundo se detém para mim,
o ouro brilha para mim
as mulheres mais altas bailam para mim,
os pássaros mis noturnos velam meu sono.

Envolto nos poderosos ruídos da máquina
só sua voz humana me acompanha.

Quando fazemos amor, Ela me recrimina,
amá-la como se fosse única.
Lhe digo que não importa,
em sua presença o mundo detido em minhas mãos 
se abre para mim, o múltiplo se abre para mim,
antigas paixões e amores vindouros, 
delírios e mulheres, se abrem para mim, 
deusas enamoradas e diademas, beleza embrutecida,
o ar se abre para mim, os espaços abertos 
onde nosso grande sol é uma estrela mais.

Envolto nos sutis emaranhados do poder, 
toda a vida é Ela.

Quando Ela me encontra nessa encruzilhada, 
onde eu mesmo sou o amante da morte,
Ela baila nua para mim
e nua, despojada, também, do amor, 
dispara sobre mim para que não morra,
um milhão de palavras em liberdade.
Lhe digo que não importa,
em sua presença dançarina, a morte deixa de brilhar,
tremem os cemitérios,
se abrem os corações profundos da terra,
a vida nasce por todo lado
e o frenesi é cor, vertigem, dúvida,
dança da alegria sem escrúpulos,
alegria em plena liberdade,
morte da morte.

De "El amor existe y la libertad" (1984)

 

ARTE POÉTICA 

Poesia, sei, enquanto te escrevo,
deixo de viver.

Entrego, mansamente, minhas ilusões,
meus pobres pecados proletários,
meus vícios burgueses e, ainda,
antes de penetrar teu corpo,
-tapete enamorado-
abandono minha forma de viver,
misérias,
loucuras,
fundas paixões negras,
minha maneira de ser.

Vazio de minhas coisas,
embandeirado do nada,
transparente de tanta solidão,
invisível e aberto,
permeável aos mistérios de sua voz,
intento,
traço sonoro sobre a pele do mundo
                     a pele da morte
                     a pele de todas as coisas.

Poesia, sobre tua pele, traços sonoros, 
lascas apaixonadas,
inapagáveis lascas de meu nome.

De "La patria del poeta" (1991)

Hasta el jueves. 

Indio Gris

 


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NA CIUDADE

A solidão do parque
voltou.

A solidão da criança
que não pode dormir
mas tampouco levantar
voltou.

Quê faço com ela agora
quando não restam
parques que freqüentar
nem habitações onde dormir.

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Dirige: MIGUEL OSCAR MENASSA

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