Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 286 ANO 2006 QUINTA-FEIRA
23 DE FEVEREIRO

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2006

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº286

ANO VI

EDITORIAL

A MULHER E EU
24

Elas, sempre me enganaram:
Quando havia uma dor, a engrandeciam
quando havia uma alegria, a diminuíam.
Todo grande triunfo sempre era quase nada,
todo fracasso conseguia em seu dizer
ser o pior de todos os fracassos do mundo.

Quando gozava como uma, verdadeira,
louca de amor, radiante e acesa,
dizia "está bem, não foi tão mal"
e quando não gozava porque não queria
ou porque enquanto fazíamos amor,
pensava em várias coisas do trabalho,
ou sua mãe sempre a ponto de morrer
ou algum amante que, quando jovem,
a rechaçou e a quis com loucura,
ela convocava uma edição
para insultar-me em público,
para dizer a todo mundo
que minha própria impotência
era responsável por sua própria loucura.

Às vezes, só para enganar-me,
saía com suas amigas mas me dizia:
Conheci um homem elegante e culto,
hoje, querido, jantarei com ele.

Com o dinheiro sempre me dizia
que não dava para nada,
depois, para lidar com o engano,
o dinheiro que lhe sobrava no fim de mês,
presenteava e essas tardes maravilhosas
que não encontrava ninguém em lugar nenhum
que aceitasse de presente o dinheiro restante,
botava fora enquanto caminhava tranqüilamente.
E fazia pequenas bolinhas de papel moeda
e quando passava por algum esgoto,
tratava de embocar nas ranhuras e
quando conseguia passar pela fenda
alguma bolinha de papel moeda
se divertia como louca e gritava,
triunfei, desta vez, triunfei.
Quando voltava desses delírios do papel,
abria sua carteira vazia, sem um centavo
e me dizia: Te disse, querido, várias vezes,
o dinheiro que me dás não dá para nada.

Isto ocorria ao redor do dia 25 de cada mês,
eu muito não entendia e a olhava, talvez,
surpreso de que o dinheiro não desse
e submisso metia minha mão no bolso
e lhe dizia, “Aqui tens, querida, 200 Euros”
e ela, sempre encerrada em seus pensamentos:
E com 200 Euros, o que queres que faça,
talvez, que te compre alguma puta inglesa...?
Querida, lhe disse, uma puta, não creio,
mas alguma blusinha, um caramelo,
e ela, inexplicável, maravilhosa, louca, me diz:
30.000 pesetas, é o que tu ganhas,
em quinze minutos de trabalho,
À merda, o que me dás!

E aí não foi quando lhe bati
ou quis matá-la, ao menos, em parte.
Voltei a meter minha mão no bolso
e de um envelope com dez mil euros,
destinados a uma de minhas amantes,
tomei mil euros e ao dá-los lhe disse:
Eu só trabalho para ti, querida
e ela me sorria enquanto atirava
os mil euros pela janela aberta,
ao ar, ao porvir do ar,
à ânsia de voar,
à alegria plena da liberdade.

 
A MULHER E EU 24

 

POESIA, CARTAS DE AMOR, PSICOANÁLISE,
EROTISMO OU PORNOGRAFIA?
ALGO DE POLÍTICA OU COLETA DE LIXO E CARTA DO DIRETOR

 
              

A MULHER E EU
18

Ser velho como ser rico, lhe disse,
é uma proposta da mente.
E ela contente me perguntou:
Acaso não morreremos
se escrevemos e falamos?

Também há de morrer o homem
que ao escrever rompe as bordas do abismo
e algo enfermará o homem que, ao falar,
pretenda entregar-se às palavras, ser da voz
mas enfermar e morrer para esse homem
serão, também, só palavras.

Depois estava todo dia com homens e mulheres
mas não eram amantes, eram mistérios,
dramas insondáveis dominados pelo ódio,
a inveja, o menosprezo ou, melhor, o desamor.
Estão próximo de mim mas dar o próximo passo
os some no delírio do amor, os esgota.

E depois estão os homens as mulheres
que não necessitam de mim nem do pão nem da carícia
estão aí só para entorpecer os caminhos
do poema, do pensamento, a distância
e nessas coisas do amor preferem não saber
que a trepada aquela não era um presente a ninguém,
a trepada ao que se viu obrigado era seu desejo.

E tu o que opinas? Lhe disse por dizer, e
ela me disse toda a verdade:
Quando estou supostamente enamorada,
ele pensa em seguida que lhe pertenço
e quando estou como cansada pela vida,
pelo mundo absurdo que nos fazem viver
ele em seguida pensa que eu não o amo.
E, depois, é ainda mais ridículo:
quando eu lhe sorrio, esquecida do mundo,
ele em seguida crê que me ganhou em algo.

Não é que seja fanfarrão, é um ignorante,
nada sabe de mim, nem do tempo, nem da mulher.
Quando o abandone chorará como um menino,
pedirá perdão, quererá lavar os pratos
mas já será tarde, o mundo não perdoa.
Então, pobre homem, será mulher e menino
ao mesmo tempo que homem e ninguém o amará.
Como homem ninguém o amará
porque seu homem renunciou a sê-lo.
E tal qual uma mulher ninguém a amará
por não diferenciar o grande do bom
e como menino, o pobre, fará coisas de menino
mas será um homem que sofrerá por sê-lo.
Inadequado o canto. Débil a voz.

A MULHER E EU 18

 

A MULHER E EU
22

Sou um covarde, me digo ao levantar-me,
quando me ponho a escrever não posso,
logo escrevo mas já não sou eu.

Como me acontece com o corpo,
quando me acaricias não sinto nada
logo meu corpo se põe louco de paixão
mas já não é meu corpo.

Poderíamos dizer, lhe digo então,
que poema e amor é outro
quem por mim faz.
Sentirás o amor em teu corpo
e porás teu nome ao final do poema
mas vá saber que fantasma ou sombra
fez esse amor, escreveu esse poema.

Uma vez, recordo, um grande marujo
pousou em minha mão direita
e escrevi versos onde o mar me amava.
E com a mulher do alento perdido
fui todo tempo vento desesperado
e nunca chegamos ao amor ou à letra
mas rompemos a montanha, fizemos a noite.

Recordo, recordo, disse ela,
quando fomos essas águias fuziladas
e tu escrevias de nossa pátria
e da dor
e do sangue derramado inutilmente.

Sim, minha querida, minha pequena,
é quando o amor me atropela
que posso amar-te, deixar-me possuir
e agora, como um índio resignado,
deixo cair a pluma e sonho
que sou livre e feliz.
 

A MULHER E EU 22

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