Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 254 ANO 2005 QUINTA-FEIRA
23 DE JUNHO
 

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2005

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 254

ANO VI

EDITORIAL

É DE NOITE

É de noite
na cidade todos dormem
menos o som palpitante
do coração do tempo
pulsando compassadamente
contra mim mesmo.

Nenhuma sede acalmará este século
opaco século do desejo
onde o homem foi luz
bordada a fogo e, a sua vez,
sonho desesperado.

A luta é contra todos
também eu
sou um soldado da morte.
O homem atual
está quase morto
delicado amante
de sua própria decadência
não tem forças
para pensar o futuro.

Tudo nele
é uma presença ansiante
e carnívora
que o devora
e o engrandece
e, a sua vez,
devora-o.

ÍNDIOS GRISES

POESIA, CARTAS DE AMOR, PSICOANÁLISE,
EROTISMO OU PORNOGRAFIA?
ALGO DE POLÍTICA OU COLETA DE LIXO E CARTA DO DIRETOR

 
 
A MULHER E EU
31

Estive te buscando todo o dia
e não pude encontrar-te
e já sei
que estivemos juntos todo o dia
mas não pude encontrar-te.

Primeiro deixei fluir os pensamentos,
depois cheguei a buscar-te dentro de mim,
abri minha vagina de par em par,
abri minha boca, meu coração,
e não pude encontrar-te.

Quando segui uma flecha com teu nome
encontrei cinzas, tons grises, solidões.
Tratei de recordar-te e te sonhava morto,
encurvado, como vencido ou paralítico
e me perguntei quase sem culpa:
Como é possível seguir amando isso
que já não pode outra coisa que cair?

Pensei em minha mãe velha e enferma
e, também, nos cemitérios da Europa,
cheios de gente apodrecendo até desaparecer.
Vamos renunciar, disse-lhe, para que haja mundo,
ao nada que representa nosso amor e ela,
como se já o tivesse pensado, perguntou:

E quem te disse que eu quero que haja mundo?
O que acontece, querida, que mundo há e eu
estou disposto, para que tu consigas tua liberdade
e chegues ao mundo que já funciona há séculos,
renunciar a nosso amor.

Eu, disse ela todavia serena, aqui fico,
eu formo parte de teu mundo e, também, de ti.
Não pretendia, disse-lhe, separar-me de ti
mas que nos distanciemos um pouco, algo,
para que possas sair de tua habitação,
para ir trabalhar, ao cine, ao Parque do Oeste.

Sair de casa, um pouco, não estaria mal
mas trabalhar, para quê? Se teu dinheiro sobra
para manter dez mulheres como eu
e se queres poupar podemos separar-nos,
me dás a metade que me corresponde
toda de uma vez em lugar de sentir todos os dias
que sou um vampiro que te chupa o sangue.
Isto para mim, isto para ti:

Tu ficas com as crianças
eu com o carro novo e a casa
onde com tanta paixão fizemos amor.
O resto das propriedades podes ficar
eu, querido, fico com todas as recordações
e quando vieres visitar as crianças
faça o favor de cumprimentar-me calidamente
como se alguma vez tivesses me amado,

eu ao contrário nunca lhes direi que és marica,
não tanto homossexual, que eu também sou,
senão marica, débil para o amor, para o trabalho.

Te digo que eu não quero separar-me
mas te direi que as crianças, teus filhos,
os encerrarei em algum internato
e tua mãe rifarei um domingo
na reunião com os bombeiros voluntários.

E não está de todo mal que, amavelmente,
me deixes o resto das propriedades
que, em realidade, são totalmente minhas
e quanto às recordações, te presenteio,
o amor é isto que vês e o passado não existe.

Cada vez que dizia-lhe “o passado não existe”
se punha mimosa, me olhava com ternura
e tudo começava novamente
e, um dia, quis dar-me um conselho:
Às vezes, quando te vejo correr atrás de mim,
sendo eu tão jovem e tão superficial,
me parece que alguém, com intenção, me enganou.
Que tu não és nem tão sábio nem tão inteligente,
que não tens de nenhum modo tanto dinheiro,
formoso mais ou menos e, com 63 anos, um pouco velho.
Se tu não me procurasses, se não corresses atrás de mim,
serias formosíssimo, sábio e adinheirado e teus anos
por causa de tua inteligência não se notariam.
Mas tu insistes em que eu goze,

que tenha algum desejo,
tua cobiça, tua gula não tem limites,
não te basta com teu gozo, és egoísta,
queres para ti, também, meu gozo
que barbaridade...

Seus pensamentos eram quase exatos,
por isso eu não terminava de crer
em seu pensamento
e tampouco lhe creía demais
quando enlouquecia ou chorava
ou se apaixonava do outono, mas desta vez,
eu senti que havia produzido uma verdade:
Por que eu não podia conformar-me com meu gozo?

A ver, por quê? Acaso não era todo o masculino
que ela, em sua ambição amorosa, necessitava?
Por quê não a violava, para ver, por quê?
Por quê meu amor a pretendia amando-me?

A ver, por quê? Por quê não a violava?
"Te estive procurando todo o dia"

 
"A mulher e eu 31 " 
 
 
 
XV CONGRESSO INTERNACIONAL 
GRUPO CERO
"A MULHER E EU"
Psicoanálise das relações de casal
 
MEDICINA, PSICOANÁLISE, POESIA, PINTURA, 
CERÂMICA, MÚSICA, CANÇÕES, CINEMA
 
 
DE 20 À 23 DE JULHO DE 2005
 
No Salão Imperial do CROWNE PLAZA 
(Plaza de España s/n. Madrid)
 
INFORMAÇÃO E INSCRIÇÃO: 
91 758 19 40   
 

Ela abria as comportas do ódio

 
 
ESTO ES PUBLICIDAD
 
 

 
 

TALLERES DE POESÍA

GRUPO CERO
Abiertos todo el año
91 758 19 40

www.poesiagrupocero.com

 

Usted es feliz pero no puede sonreír.
Clínica Odontológica
GRUPO CERO

¡CONSÚLTENOS!

TEL. 91 548 01 65

 

CONSULTA 
GRUPO CERO

CONSULTA 
GRUPO CERO

Amelia Díez Cuesta
Psicoanalista

Carlos Fernández
Psicoanalista

Pedir hora: 
91 402 61 93
Móvil: 607 76 21 04

MADRID
AMELIAA@terra.es

Pedir hora:  
91 883 02 13

ALCALÁ DE HENARES (MADRID)
carlos@carlosfernandezdelganso.com
www.carlosfernandezdelganso.com

CONSULTA  GRUPO CERO

Mónica Gorenberg
Psicoanalista

Pedir hora: 
976 25 25 17 - 659 09 10 60

ZARAGOZA - MADRID

 

AULA CERO DE FRANCÉS

Practicar el francés en Madrid
CURSOS INTENSIVOS 
Tel. 91 542 42 85. De 8 a 22 horas
TODO EL AÑO
www.aulacero.com
aulacero@retemail.com

 

CONSULTA GRUPO CERO
TRATAMIENTO DE PAREJAS

TALLER DE ENSAYO

Miguel Martínez Fondón
Psicoanalista

Coordinador: 
Juan Carlos De Brasi

Pedir hora: 91 682 18 95
GETAFE (MADRID)

91 547 56 64 (MADRID)

subir


Índio Gris