Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 248 ANO 2005 QUINTA-FEIRA
5 DE MAIO

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2005

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 247

ANO V

EDITORIAL
 
ONDE ESTARÁ O AMOR? 
 
O amor. O Amor.
Onde estará o amor? 
Quantas vezes desenhei
a esquina
onde nunca chegaste
e te busquei
pelos salões
e fui ladrão
para buscar-te entre as sombras
e teria sido capaz de matar
se alguém me tivesse dito
que nesse gesto te encontravas.
Fui só e fui muitos. 
Todos os corpos
foram investigados
palmo a palmo. 
Todas as máscaras
foram arrasadas
para te buscar
no centro da verdade
e tampouco estavas. 
Te busquei entre os pobres
entre as espessas capas da dor
entre entranhas e sujo álcool
no próprio asco da vida. 
Depois não te busquei mais
 encontrei outras palavras. 
 
               "Onde estará o amor?"
 

POESIA, CARTAS DE AMOR, PSICOANÁLISE,
EROTISMO OU PORNOGRAFIA?
ALGO DE POLÍTICA OU COLETA DE LIXO E CARTA DO DIRETOR

A MULHER E EU
2

 
Eu, antes de conhecê-lo, me acreditava vivendo,
até cheguei a dizer a minha mãe que era feliz
e para ele, todo o meu era insuficiente.
Um dia me chegou a dizer que, se o amava,
que se gozava com suas coisas, devia lhe dizer.
                               
Uma tarde, no cúmulo da crueldade,
me recriminou que nunca, nunca,
lhe havia dedicado nenhum poema.
Eu, essa tarde, chorei com desespero
mas ele estava ensaiando a crueldade
e me disse: 
Chorar, sempre choras para mim
mas nunca me dedicaste um poema.
Eu, aí, tinha intenção de mata-lo 
mas não tinha forças para faze-lo
então lhe pedia que me batesse.
                               
Ele, nesses dias, nem me batia nem nada,
ele nessas tardes sabia, adivinhava,
nessas tardes cinzas a assassina era eu.
Mas ele era, verdadeiramente, cruel,
sua crueldade, amigas, não tinha limites:
                               
Ficava, aí, quieto, como morto,
dias, semanas, meses inteiros, séculos e,
depois, quando já ninguém o esperava,
nem minhas amigas, nem sequer eu mesma,
ele, de golpe, nascia novamente ao amor,
distraído em um beijo, iluminado de carícias
e passava, entre nós, como uma rajada
de incêndio e velocidade e fortes uivos
como se amor e sexo estivessem se unindo 
precisamente, amiga, em nossos corpos.
                               
E quando estávamos a ponto de conhecer,
do impossível, um traço inexistente,
ele ficava aí, quieto, como morto.
E eu chamava minhas amigas para revivê-lo
e, aí, era quando sua crueldade era infinita:
                               
me obrigava com racionalismos absurdos
e, totalmente convencida por suas palavras,
terminei fazendo amor com minhas amigas
e esse gozo me enlouquecia, perfeitamente
e foi, também por isso, que não o vi mais.
                               
Comecei a ler seus versos em segredo
para que ninguém visse tanto amor,
mas todo mundo se dava conta:
quando estava a seu lado
meu corpo se incendiava,
quando se distanciava de meu lado
meu pensamento para o alcançar
se incendiava e tocava a dor,
mas eu lia seus versos em segredo
para enganar o mundo inteiro
que era seu corpo o que amava,
para que, ele, não se inteirasse nunca de que, 
eu, estava enamorada de seus versos.
                                
 
               "A mulher e eu 2"
 
 
LIMITE OUTRO: A LOUCURA 
 
Hoje como nunca
amei meu corpo em solidão. 
Hoje como ontem
fui o amante infernal. 
Hoje não cheguei muito longe. 
Caminhei todo dia
dando voltas
dentro de minha peça.
Meu pai
cantava em árabe

com voz alta
linda. 
Ensaiei alguns passos.
Movia com ternura minhas mãos
na frente de minha cara.
Meus movimentos
eram sensuais e ligeiros. 
Arranquei da figueira
as pequenas bolotas marinhas
e me estendi ao sol.
Deixei que o deserto
invadisse minha peça. 
Eu era o camelo azul que galopava 
sem água e sem amor pelo deserto. 
Areia fugaz e seguia galopando,
o tempo
se encurvava sobre minhas costas
e depois
um passo de baile
aquele movimento
como uma cerimônia
e deixava cair
uma jóia a teus pés

senhora loucura
e tu prisioneira
envelhecida em minha mirada
te arrastavas
entre as cadeias
minhas lágrimas,
aço e pedra
e não podias
sair deste poema. 
Me arrastei
contigo a teu compasso. 
Depois forcejando
caímos
pela janela aberta
para os céus
e estrelamos
como estrelam
os grandes homens
as grandes mulheres contra a terra. 
E nos beijamos e rimos,
de nossa torpeza para voar. 
Juntos
levados pela mania 
de nos acompanhar
pedimos esmola:
asas
para estes pobres
pássaros sem asas. 
E nos nasceram filhos
como nascem
as grandes orquestras da noite. 
E brotaram de minhas mãos poemas 
como cataratas de silêncio
e nós
seguíamos praticando
em nossa peça
o vôo dos pássaros. 
Lográvamos vôo atômico,
teus olhos
na imensidade marinha
vagina motora
voando contigo infinita
golpe de amor contra a vida. 
INSTANTE instante
e perfuravas a parede e fugias, 
sempre para o porvir. 
Antes de partir
deixavas uma flor
mirada de terror
cravada em minha mirada. 
Haverá catástrofe esta noite
e cada vez
voavas mais alto todavia. 
Nesse vôo
além do céu
modificavas o rumo
dos astros celestes
e o rumo
dos obscuros astros negros. 
Instante
            amado
                      instante
        o fim do mundo será nosso. 
Pérolas como alcântaras
como toneladas de paixão,
contra os olhos
do grande timoneiro dos espaços.
Brilhantes pérolas de marfim
cerrando o passo
da marcha do homem
para a morte. 
 
"Limite outro: A loucura"

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