Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 233 ANO 2005 QUINTA-FEIRA 27
DE JANEIRO

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2005

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº233

ANO V

18 de Janeiro de 2005 Madrid
"VAMOS TODOS PORQUE GANHAMOS"
Menassa recita a Menassa
SOCORRO
NÃO POSSO
DETER MINHAS PALAVRAS
Este ano quero começar o ano 
brindando e não escrevendo
como todos os anos anteriores.
Brindo pela revolução
porque nasci em seu tempo
e por ser este o tempo da fúria
brindo pelo amor à revolução
e nesse amor
bebo o sangue e, também,
bebo a poesia da revolução.
Levanto minha taça qual estandarte
para brindar pela mulher
porque Ela é da revolução
sua poesia.
Brindo pelo homem que não poderei ser.
Tiro o conteúdo de minha taça
à terra
e brindo com os mortos.
Em minha taça vazia penetram
os espíritos brincalhões
e poéticos da noite,
e eu os bebo
não só para me divertir
senão também,
para brindar contra a morte.
Obscuridade para as luzes 
que fogem de meu corpo
violência de cravos febris.
Me detenho na mirada dos amigos 
para encher minha taça com este verso. 
Arranco da espessura da manhã 
palpitantes estrofes.
Deixo cair sobre meu corpo
vertente iluminada,
licores e sonhos.
Unto meu corpo com babas perfumadas, 
pólvoras umedecidas pelo pranto, 
odores de uma revolução assassinada
e brindo por minha Pátria.
Na tentativa
de universalizar meu canto
ponho sobre meu corpo
as sedas do ocaso
terráqueo sem medida
palavra rota
esquartejado ser
para o espaço
brindo por mim.
Delicado e fugaz
me parto em tuas entranhas,
como o cristal do tempo
como o cristal que soa
na garganta cósmica
canção do Universo.
Faço das lasca uma flor,
deixo que os menores,
rompam a flor entre suas mãos
e atirem ao vento
as partes mais belas da flor.
Cavaleiro da poesia
monto em pêlo
o índio
uma égua com asas.
 
CUMPLIR 62 AÑOS
 
De minha cidade natal
hoje recebi uma carta
onde me diziam que
ao completar 62 anos
provocaria grandes inundações
na América e no resto do mundo.
Que não me preocupasse, me diziam,
que não és tu, são teus 62 anos.
                      
É a encarnação pura do dilúvio,
de uma velha lenda e de teu canto,
ocorrerá, exatamente, aos 62 anos
quando o poeta se rompa na tormenta.
                       
Em verdade não fiz caso da carta
mesmo que tenha me dado conta
de que as inundações assolavam o mundo.
Na inteligente e sábia Europa
os cidadãos morriam
tragados pela água
como em um país pobre onde a água
é esperada todo tempo,
a borda da morte por sua falta
e quando vem a água
apaga todos os limites e já,
sem que ninguém possa deter a água
reina a morte por todo lado.
 
Nem Rússia poderosa
nem China comunista
com seu milhão de voluntários
puderam deter
o influxo maligno da água
ao completar 62 anos.
 
Também, devo dizer,
sentiram o chicote da água,
os implantadores de um viver
que ninguém suportará,
sem desordem, sem névoa,
sem esses altos e baixos da dor e do riso,
sem o obscuro sexo das altas paixões
sem esse amor impossível e grandioso,
do poema que haveremos de escrever,
talvez, mais adiante.
Esses estados unidos modernos do terror
esses homens repletos do poder das armas
iriam morres afogados, propriamente, em seus prantos.
E é aos 62 anos que me disponho,
com um talante generoso, a festejar
viver em um mundo onde ninguém sabe,
se deve ou se dá, se ama ou se deseja
se é obrigado a viver ou interessado
se valente ou inquieto ou covarde sem fé.
 
E se não quero falar do homem
como se deveria,
é porque o homem foi tudo
e nada lhe agradou.
 
Nem serpente nem árvore,
nem cego nem profeta,
nem furtivo alcagüete
nem homem da lei.
Não quis nunca
ser obreiro ou patrão
e nunca teve fábrica
e nada se colhia nele.
E quando apesar dele
de sua vigilância,
alguma uva crescia no deserto,
sem pronunciar palavra, era bebida.
Era impossível viver nesse mundo,
todo mundo morria
e quem não morria, esperava morrer.
 
Era impossível amar nesse mundo
ou ter ilusões e, no entanto,
ao completar os 62 anos
quero me confessar adicto
ao cruel viver.
 
Me acontece que, tudo o que faço
ou que amo, vocifero ou trabalho
é só para seguir vivendo e
qual drogadicto aferrado a sua presa
estou disposto a tudo por viver.
E virão cataclismos e ciclones
inundações e guerras por todo lado
e eu, sentado, escrevendo meus versos,
fazendo do cataclismo minha guarida,
do ciclone meu alento e da pólvora
minha inseparável companheira.
 
Virão, desesperados,
os mortos reclamando
o direito a estar mortos.
Virão asas do tempo
a voar em nós
o adeus da vida
mas minha droga,
o desejo de viver contra tudo,
sentará, em seus joelhos,
aos mortos
e na mesa a comer,
tranqüilamente,
as asas do adeus.
 
                        
                       HÁ DIAS COMO HOJE
 
Há dias como hoje que não passam nunca.
                       
São dias como uma espessa névoa
na garganta, a beira do abismo.
                       
Esses dias de Freud frente à angústia
de não poder saber, exatamente
até mais adiante.
 
Esses dias inesquecíveis de César Vallejo
enfrentando a morte com o estalar do pão.
                       
Esses dias da triste cerveja
onde algum poeta pobre, medíocre ou muito sentimental,
se deu conta que no século que vem
ninguém o leria.
                       
Esses dias onde se rompe a alma
para que as palavras alcancem o poema e, também,
esses dias onde o poema nos abandona,
definitivamente,
para inventar a alma.
                       
Há dias como hoje que não passam nunca.
São dias como na guerra
quando a mulher do inimigo me enamora.
                        

  Índio Gris

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