Quero ser um mundo entre tuas mãos,
bestial palavra unida a outra palavra,
na metade, precisa, de algum verso.
Quero o afago negro de teus olhos. Teus
sóis,
teu pêlo retorcido voando entre minhas pernas,
lábios abertos por meus olhos surpresos de luz.
Caverna enaltecida por meu velho desejo
de morrer,
quero ver-te cantar tuas dúvidas em meu ventre,
quero ver-te, desesperada, louca, em meu sorriso.
Assim, sem tanta alternativa de
liberdade,
uma vez para sempre, de forma natural,
quero tua voz
estendida em minha palavra,
tua palavra em minha boca,
o fio de minha voz em tuas entranhas.
Costumo, pelas tardes, estender-me
sobre páginas brancas.
Começo meu baile com contorssões
infinitas como de danças. Músicas, totalmente, perpendiculares a minha
fortuita maneira de amar.
Corações torcidos por paixões mal
resolvidas e crueldade. Paixões exaltadas e antigas se refugiam em tua
mirada.
São os deuses da bondade e a
tristeza em tua pele.
Como se as serpentes belas da noite
no enxame da felicidade nos encontros noturnos e a realização de algum
desejo infantil e o aroma a pão queimando para que todos cheirássemos a pão.
Agora, uma grande guerra se desencadeia sobre as vertentes mais claras do
amor. Ali, precisamente, onde a neve é Ela.
Ainda que não deixe de beijá-la,
seus olhos se desmoronam, chegam até meus pés sedentos, quase sem mirada. E
para despedir-me te recordo que nunca sei, exatamente, que devo fazer. Estou
parado no centro da fala. Quando caminho se movem todos os sentidos. Quando
escrevo, nada é seguro de ser, nem nosso amor.
Usted es feliz pero no
puede sonreír.
Clínica Odontológica
GRUPO CERO
¡CONSÚLTENOS!
TEL. 91 548 01 65
PSICOANÁLISIS
MÃE, QUERIDA, MULHER
Uma
palavra, Mãe, me impõe,
como largo caudal de cerimônias.
Palavra residual aberta aos abismos,
já vês, estou aqui, venho me entregar.
Venho a
dizer que te amava como um louco,
que vós, foste para mim, o mais lindo.
Mil flores cheirei desesperadamente,
buscando teus aromas, amor, de primavera.
Mil
peles encadeadas a minhas peles,
buscando aquela suavidade perdida.
Mil bocas abri mil vezes com minha boca,
e,
depois, outras mil e mil caídas
e um milhão de palavras envenenadas,
ferozmente devoradas, para te esquecer.
Practicar el francés en Madrid CURSOS
INTENSIVOS Tel. 91 542 42 85. De 8 a 22 horas
TODO EL AÑO
www.aulacero.com aulacero@retemail.com
CONSULTA GRUPO CERO
TRATAMIENTO DE PAREJAS
TALLER DE ENSAYO
Miguel Martínez Fondón
Psicoanalista
Coordinador:
Juan Carlos De Brasi
Pedir hora:
91 682 18 95 GETAFE (MADRID)
91 547 56 64
(MADRID)
ALGO DE POLÍTICA O
RECOLECCIÓN DE BASURA
IMPOSSÍVEL, QUERIDA, IMPOSSÍVEL
As
palavras as leva o vento,
diziam os cidadãos mais acomodados
e tinham razões poderosas para não saber.
Agora
somos palavras que viemos do vento, da rajada.
Palavras com a velocidade do tempo no sangue,
palavras com a velocidade do tempo metida no sangue.
Palavras como uivos desgarrados, nervos em liberdade.
Gemidos, somos os gemidos arrancados do vento.
Palavras destinadas a permanecer, ser a linguagem.
Poesia Psicoanálise, um novo tempo da morte,
impossível de pôr no espaço como o próprio amor.
Um amor
impossível de situar no tempo,
como o próprio inconsciente, sua verdade.
Um desejo, desesperado, aberto, múltiplo,
impossível na vida como a própria poesia.
Cíclopes amarrados a si mesmos, giram,
fazem girar o mundo como se fosse luz.
Esperando voltar nunca cheguei,
cheguei sem saber, nunca parti,
já vês, amada, minhas coisas estão claras,
meu ânimo, despejado, sem direções.
Se me beijas aqui, penso em outrora,
se o oceano me chama, me aferro a ti,
a tua fragrante boca enamorada e louca
e o pobre oceano perde suas ondinhas.
Estou, não tenho, não consumo nada.
Não esqueço, não recordo, não perdôo.
Toda a vingança está em meus olhos,
em meus lábios imensos fora do
tempo,
em meus tempos, amores, fora da vida,
em meus sensíveis versos fora do amor.
“Se nos deixamos invadir pela
decadência,
a decadência, chegará a nossos músculos.
Lindo é se dar conta que é um homem
maduro!
Quarenta anos,
uma flor que se desgarra na mirada.
Não está mal propor-se uma nova vida,
precisamente,
no ocaso das ilusões.
Um homem que já não corre atrás do pão,
que já não corre,
atrás das carícias amadas da noite,
que já não corre,
que já não olha atrás.
Detida, está agora,
a vida entre meus braços
e nesse instante, sublime detenção,
onde a carne é todo o passado,
nomeio, uma nova visão para meus olhos.
POESIA,
mineral sangrante,
jóia esquartejada,
para que a todos tocasse seu milagre,
palavra rota.
Um poema em si mesmo.
Espelho delirante, violinos e orvalho,