Somos
os índios grises
e queremos rebentar
de uma vez para sempre
o regime militar
que estão preparando
para que vivamos a velhice.
Temos
descoberto
que querem nos liquidar
não tanto porque nos odeiem
senão porque não haverá pão.
Queremos
fazer saber
aos senhores ministros
que pão já temos conseguido
e é por isso que viemos
para pedir LIBERDADE.
Liberdade
sobre as árvores
no alto das ondas
liberdade sob os pés
de uma delicada tarde.
Liberdade
para o amor
até os cento e quarenta
e queremos aposentadoria
depois de completar os cem.
Senhores
do Governo
e juventude adorada
escutai ao Índio Gris
que vos dirá uma verdade.
Se
não nos dão bola
e a velhice não melhora
em menos de quinze anos
tomaremos o poder.
O
dinheiro do Ministério da Defesa
irá todo para a saúde
e para a educação
cobraremos um imposto
de todos os cidadãos
até que completem cem anos.
E
se alguém me perguntar,
quem cuidará da fronteira
quando vier o invasor?
Poremos
na fronteira
um cantor e seus amores,
que com seu canto poderá
com os cães invasores.
Deixaremos
funcionando
a cadeia e os hospícios
para que deixem entrar
os atuais ministros
com o Presi na cabeça
e seu delírio especial
de crer com firmeza
que o mundo lhe pertence
e que pode fazer tudo
casado com Jorge Bus.
Não
falo de minha mãe
nem tampouco de meu pai
estou falando do partido
que nos quer governar
até que o trem descarrile
e de passo modificar
todo o código penal
para poder castigar
a quem queira viver mais.
Não,
não, não,
desta vez não passarão,
à velhice nunca mais
um gozo lhe tirarão.
E
dentro de 2.000 anos
o mundo reconhecerá
que estes velhos gozadores
salvaram a humanidade.
Deram
de comer ao pobre
educaram as crianças,
seu lugar às mulheres
e aos velhos o poder.
Poremos
os quadros
no supermercado
e os museus serão
as escolas do Estado.
Todo
mundo estudará
pintura e declamação
para que os cidadãos
decorem sua habitação.
E
cantando uma opereta
ou dançando uma Jota
poderemos tocar um tango
e chorar com o violino.
Deixaremos
que os amantes
inventem suas próprias leis
para conviver melhor
e se não podem sequer
respeitar sua própria lei
cortaremos o subministro
de tanta liberdade
e os enviaremos
à primeira escolaridade
para ver se desta vez
podemos ensinar
aos chefes do PP
que o povo espanhol
há 25 anos
tem Constituição.