Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 155 ANO 2003 QUINTA-FEIRA 8 DE MAIO

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2003

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris

ÍNDIO GRIS Nº 155

ANO III

EDITORIAL

Dedico este número,
                            em geral,
                                            A Todos.
À América-Latina,
                          porque amo,
                                           sua futura explosão
À famosa América do norte,
                                             porque minha poesia, 
canta também,
                     a tudo o que morre.
                                                  À velha Europa, 
e também,
               à Europa segunda,
                                              porque temo, 
pelo futuro em geral,
                                 do Homem.

CONSELHO 1023 

Adolescente pescador de enamoradas velhas
grande pescador de trufas
de moças alegres como o sol
de alguma fixa para jogar a alma
Eu, grande caçador
grande manejador de redes solitárias
de redes para a solidão
de redes especiais
                           para caçar
tímidos corações.

Cansado de ver morrer
quente
tanta gente
um verão de tarde
pelos jardins públicos
pelas ruas públicas
pelos banheiros públicos
pus minhas redes silenciosas.

Depois me disse
o tempo é necessário
me aconselhei
tomar café sem nenhum leite
todas as manhãs.
Me aconselhei sentar-me
disse a uma mulher
que se sentara ao lado meu
Tua bunda fresca
                     lhe disse
                             sobre a terra fresca.
Nos demos um grande beijo de amor.

Ela me disse suas maneiras de entreter a solidão 
Mostrar suas pernas ou movê-las
segundo o frio ou nossos costumes,
sentarmo-nos ao lado de um homem
e deixarmo-nos tocar
até sentir a necessidade de ser mães
Às vezes, se entende
vendemos pérolas aos homens
aloucados, perdidos no sol.
Pérolas orientais
pérolas brancas de amor
pedacinhos de pérolas, dispostas
geralmente sobre nosso ventre
pérolas, em fim, em forma de colares a duas voltas para estrangular              melhor
             sim
                me disse
                           pérolas violentas.

FIM DE SEMANA

Há sentimentos contagiosos, risos intermináveis, dores terríveis, dores ao coração.

Teu rosto passou uma só vez por meu coração e se manchou para sempre de sangue, de puro sangue vermelho, em vão, porque de qualquer outra cor dá no mesmo.

E essa pele deliciosa, essa pele contagiosa como uma enfermidade; como paralisação enlouquecer moça com tua pele; tua pele de amendoeira (para dizer uma fruta desconhecida) tua pele de amêndoas amendoadas e nada mais por hoje, fechar os olhos e repetir tudo isto de novo.

Sexos iluminados por tua pele arrasam com todo o possível, me arrasam, fazem perturbar meu coração.

Basta por hoje, este fechar e abrir de olhos pode enlouquecer-nos, uma loucura demasiado séria como para ganhar dinheiro (uma pequena fortuna a orlas do mar) como para poder fechar os olhos para sempre a orlas do mar.

Peitos enormes bóiam desesperadamente como barcos.

DEMÔNIO DAS RELAÇÕES SEXUAIS MÚLTIPLAS

Fugaz alteração.

Salomão, filho de David, executivo poderoso em sua época, conhecedor das línguas de todos os animais da terra e do céu.

Pousou, um dia, na palma de sua mão direita uma pequena, formiga e lhe perguntou: Quem é o maior da terra? A formiga, que todavia era totalmente reta sem cortes em seu corpo, pediu a Salomão que levantasse sua mão um pouco mais acima, um pouco mais. Quando a mão de Salomão estava por cima de sua cabeça, a formiga lhe disse: Tu és verdadeiramente grande, mas eu sou maior, porque estou por cima de tua cabeça.

Sem sorrisos, Salomão sacudiu a mão, e a formiga caiu sem maior ruído à terra, e maldisse Salomão à pícara formiga, condenando-a a viver quase partida pela metade.

Moral da história: Um executivo é sempre um executivo mesmo que seja Salomão, Bush ou Aznar. 

DEMÔNIO DA POLÍTICA

E fui correndo até onde cresciam as maçãs
e vi quando cheguei ofegante ao nascimento dos rios
que os demônios da guerra
e também os poderosos demônios da paz
ocultavam suas grandes bundas em opacas mansões
e então elegi
o perigo dos altos cumes
o deambular pelas montanhas e festejar
com os antigos sábios em pequenas alcovas
uma nova maneira de viver.

Esta tranqüilidade, esta paz, pela qual somos capazes de 
cometer os erros mais enormes, de fazer as mais felinas 
trampas, as traições mais oportunas. Esta tranqüilidade, esta paz, 
algumas vezes é o amor.

O Índio Gris

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