Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 149 ANO 2003 QUINTA-FEIRA 27 DE
MARÇO

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2003

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

La razón del sexo

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 149

ANO III

EDITORIAL

HoJE os B-52
fizeram um trajeto
que desde Sevilha vai
bombardear o amigo.

Na Base de Morón
cozinham coisas fortes
e, mesmo que em andaluz se fale,
em inglês se diz morte.

Uma sevilhana diz:
Fomos amigos desde sempre
mais bombas não, mais bombas não
que disparam sobre mim.

No entanto, hei de dizer
que o soldado americano
já passeia por Madrid
como se fosse o Pentágono.

Os rapazes do PP
têm me impressionado,
a guerra que ambicionavam 
já a têm nas mãos.

 


POESIA, POESIA, POESIA, POESIA

Miguel Oscar Menassa recitando

Música: Fernando Samalea

A MULHER E EU

Ela não queria me julgar,
somente a mim, ela queria
julgar a toda a humanidade.  

Às vezes, éramos como dois camaradas.
Ela, nesses momentos, se punha nervosa
q
uando eu a tratava como uma mulher,
depois, quando estávamos na cama
se irritava se eu lhe falasse da guerra.

Diante das crianças parecia uma mãe,
normal e até fluente, carinhosa.
Depois, quando apertava entre seus dentes
alguma bandeira de pão e liberdade,
era uma verdadeira pantera enamorada,
sempre mais veloz,
mais inteligente do que sua presa.

Em meio ao campo de batalha,
parecia uma verdadeira deusa do ar.
Nenhuma guerra se animou a matá-la
e
ela costumava florescer em plena guerra.
Desde cedo da manhã
excitava os soldados jovens
e
punha em alerta a seus superiores.

Ela era, na realidade,
o
espírito de nossas armas,
sem ela
nossas armas perdiam eficácia,
sem ela
nosso exército não existia.

Quando perdíamos uma batalha
ela explicava que uma batalha
não era a guerra e que,
de qualquer maneira,
às
vezes um, outras vezes outros,
alguém tinha que perder.
Q
uando ganhávamos uma batalha,
ela não explicava nada,
só bailava e bailava e bailava
até o amanhecer, depois,
descansava um dia
e
, outra vez, à guerra.

Ninguém podia agüentar sua marcha.
Destruía todos os exércitos inimigos
e
, também, destruía seus próprios exércitos.

Ela se chama Poesia,
é
uma mulher
e
não quer a guerra.

CARTAS DE AMOR

Centenas de mortos iraquianos numa feroz batalha ao sul de Bagdá.

O Governo autorizou aos B-52 o reabastecimento em vôo.

AULA CERO de FRANCÊS