Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 148 ANO 2003 QUINTA-FEIRA 20 DE
MARÇO

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2003

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

Recelos

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 148

ANO III

EDITORIAL

Versos como tendões
que vêm do futuro.
Nervos como palavras
anunciando a morte.
Esbelto limite,
entre ser,
um animal que sobrevive
ou um homem morto. 

POESIA, POESIA, POESIA, POESIA

Miguel Oscar Menassa recitando

OUTRA

Ama-me com a violência das amantes gregas
que costumam perfumadas esperar seus homens
em pequenas alcovas de terra nas colinas
porque tenho na alma profunda uma tristeza.

Ama-me com a esperança dos sacerdotes fenícios
que costumam navegar junto a seus fiéis
em aloucados mares de variadas cores
porque tenho na mirada serena uma tristeza.

Ama-me com a fúria dos famosos tigres de bengala
que costumam silenciosos esperar a suas presas
em suspeitas guaridas em meio à selva
porque tenho na boca sedenta uma tristeza.

CARTAS DE AMOR

QUERIDA:

Condenado a morrer em mim, sou o bárbaro homem azul da desesperança. Voando como racionalmente podem voar as abelhas. Louco de amor, furibundo de sonhos alienados de dinheiro e luxúrias, contente de amar a quem amo, contente de fazer amor como se a vida fosse durar mil anos. Gosto de tudo lento como o tango, como as inesquecíveis canções de berço; o resto parece alucinante para mim.

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- Abrir um novo caderno é como abrir uma alma desconhecida e variável.
Tudo na medida de sua própria relatividade está ocorrendo segundo planos.
Estou começando a compreender a sem-razão do sistema econômico-financeiro espanhol e não me dá nenhuma alegria comprovar que, também, aí, os espanhóis se equivocaram.
Olhe, doutor, não quero exagerar, mas entre tanta imundície, claro está, minha beleza é infinita. Estou, evidentemente, apanhado numa roldana sem fim. Se não me movo rápido, se não escrevo um poema rápido, serei um talento computado, ou seja, um talento comum.  Toda minha geração está alcançando a fama, nesse processo, alguém se tornará idiota.

- Continuamos na próxima.

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EROTISMO OU PORNOGRAFIA?

Elas aparecem bailando no centro da pista, como se bailar fosse voar rapidamente até ele, estivesse onde estivesse ele se daria conta de que, outra vez, estavam bailando.

Quando se aproximavam um pouco, apenas levadas pela música, sentiam sua formosa franguinha entre elas, balançando-se de um corpo a outro, de um orgasmo a outro.

Ele, desde longe, mirando-nos dançar, imantava nossas partes do corpo mais íntimas de um neon fabuloso e volátil. Cada vez nos movíamos mais a sua mirada tocando-nos. Nossas bundas pareciam esculturas no salão aberto.

Terno amante da noite
ponho a teus pés nossas carnes,
mulheres enamoradas e amantes,
atravessadas pelo aroma de teus versos,
saciaremos nossa sede ao teu compasso,
vestiremos com tua pele as madrugadas.

 

Você, o que opina?

Pornografia   ou   Erotismo

Até o dia de hoje, votaram:

Pornografia: 285.000         Erotismo: 557.000

 

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1

Quando uma inocência me parta o coração, serei mais que eu mesmo.

                                                            2

Ela ama de mim, a grandeza que se constitui nela, quando me ama

Hoje teria gostado de escrever esta carta:

O problema que coloco a meus contemporâneos é que nada morre em mim quando morro. Há uma presença em meus versos que me sobrevive. Há um aroma a futuro em meus versos, que eu quase não conto.

Quando era mais jovem costumavam dizer-me que eu tinha uma posição privilegiada na linguagem; o que penso agora, quando escrevo, é que a linguagem toma posição de sistema privilegiado em minha escritura. Depois, quando todavia passem outros vinte anos, outros vinte livros, talvez já nem sequer exista a linguagem, quem sabe se para essa época haverá ficado algo de mim.

Uma noite encontro a luz, na outra noite encontro a obscuridade. Algo de amor e neve sempre há em meus versos. Me dou conta que para poder expressar certas opiniões, terei que modificar certos sentimentos. Ou melhor dito, tenho certas opiniões que não estão de acordo com meus próprios sentimentos.

Não compreendo porque dou tantas voltas com as opiniões, se com os poemas nunca um poema coincidiu com minha maneira de pensar ou de viver.

Esta noite vou dormir tranqüilo e amanhã começarei a época da verdade. Ou para dizê-lo de uma maneira mais amável, amanhã começarei a época do realismo cero. Que graça que me parece, a proposta. Que engraçado!

O Índio Gris

Ou esta outra carta:

Hoje não se trata de comer o manjar ou amar a bela. Hoje se trata de ficarmos sentados, falando o universo.

E não me venhas dizer, amada, que com estas idéias não ganharei nenhum dinheiro.

Não vês como os esgotos se abrem a nosso passo.

Não vês como o sol deixa de girar quando eu o olho.

O Índio Gris

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