Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 133 ANO 2002 QUINTA-FEIRA 5 DE
DEZEMBRO 

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2002

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

POTRO DE ODIO

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 133

ANO III

EDITORIAL

Para mim mesmo me dá mais medo escrever as coisas que me acontecem com o dinheiro e com as pessoas que me rodeiam do que escrever das relações amorosas, mesmo que das mais ocultas. Dar e receber dinheiro é, também, uma relação amorosa, mas mais proibida.

A lei não sanciona, nem sequer se dá conta de uma carícia mal dada ou inconveniente do pai para um filho, mas a mesma lei condena o pai que regala dinheiro a seu filho.

Quase todas as mulheres toleram, mais ou menos bem, um engano amoroso do marido, mas não toleram nem bem, nem mal, uma traição econômica. Alguns homens podem tolerar um engano amoroso de sua mulher, mas nenhum tolera uma traição econômica, aqui, até são capazes de matar o que amavam. O dinheiro parece, para o homem e para a mulher atual, mais forte do que o sexo e mais eficaz para resolver os problemas do viver.

Por outra parte, o dinheiro pode produzir sexo, amor, se se quer assim, e dinheiro. O sexo não produz dinheiro, a menos que se transforme num trabalho insalubre (por exemplo, a prostituição). E o dinheiro que se produz pondo o sexo a trabalhar nunca é demasiado e chega, mas para quase nada. E o amor do dinheiro só sabe gastá-lo.

Estas pesquisas, quase pensamentos, são uma maneira possível de poder começar algum dia a escrever da relação à qual o dinheiro me submete.

Que o dinheiro me submeta quer dizer que, quando eu decido viver bem, amar, estudar, escrever, falar, se alguém quer veranear e ocupar-se um pouco da política, o dinheiro me diz que sem dinheiro tudo isso que quero, que desejo, que ambiciono, não é possível. Ou muito pior, alguém inteligente poderá me dizer que não quero, que não desejo, que não ambiciono porque, senão, produziría o dinheiro que o torne possível.

É neste ponto onde o dinheiro é para o sujeito, outra vez, mais forte do que o sexo. Homens e mulheres que puderam compartilhar, com outros homens e mulheres, seus corpos e o corpo de seus amantes, agora na vida adulta produzem dinheiro só para comer e cagar, para não ter que compartilhá-lo.

Quero dizer que a inveja no sujeito está mais estruturada, é mais expressiva diante do fetiche dinheiro do que diante do fetiche sexual.

Exemplo: Tenho ciúmes de tua secretária, uns ciúmes insuportáveis.

Quando ele, para tranqüilizá-la, lhe diz "mas querida, se nunca fizemos amor", ela rapidamente lhe diz: "Não me importa que faças amor com tua secretária em teus contos, tenho ciúmes porque ela tem conta bancária".

Ele também padece do mesmo, porque teria estado disposto a deixar a relação amorosa com sua secretária, mas não está disposto a retirar a conta de sua secretária das contas bancárias.

Uma vez mais, e desta vez no pensamento, o dinheiro foi mais forte do que o sexo.

Poderíamos dizer que estive toda a manhã nestas linhas e não consegui narrar absolutamente nada, quando são coisas simples com o dinheiro e para mim parece que é um relato de sexo pornográfico.

POESIA, POESIA, POESIA, POESIA

Miguel Oscar Menassa recitando

FOMOS PERDENDO

Fomos perdendo no caminho
nosso desejo de nos liberar.
Entre as cadeias
o gozo da carne era bestial.

O microscópio
contra nós mesmos
e ríamos como loucos
e começamos a nos torturar
para nos arrancar a verdade.

Vêm, conta-me tudo e, assim,
nos fundíamos nas sombras.
Viver um instante bastava
o resto da vida era contá-la.

E os que não podiam
manter seus olhos fechados
arrancavam os olhos
só para não ver.

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CARTAS DE AMOR

QUERIDA:

Estou impressionado por todo o tempo que não alcanço te tocar nem de sesgo. Não chego a compreender a distância à qual estamos submetidos, tudo tem que ser de longe, a distância tem que ser maior do que a longitude de meus pequenos braços apaixonados.

Eu sou maleável quando te escrevo, eu não me deixo dizer pelas coisas, eu as digo e, claro, perdem algo de seu brilho, de sua espontaneidade.

Ao ter que ficar sem teu corpo, querida, fiquei sem poesia. E, somente com talento, as coisas funcionam, mas mais ou menos.

Escrever um poema por ano não é ser nenhum poeta, é ser um trabalhador da história, não há demasiadas gratificações criativas para um historiador. Um historiador trabalha todo o tempo, quando lê interpreta, quando interpreta modifica, quando modifica escreve sua própria história, quer dizer, se psicoanalisa.

Estive assustado todo este tempo porque não me acontecia o que está me acontecendo. Espero que compreendas adequadamente meu parecer moderno sobre o assunto do amor.

Estou como idiota pelas funções, nunca termino de estar afastado do horror, estou desorientado, é como dizer que nada do que recordo é belo, distante. Algo em mim carece de forma conhecida, é por isso que te peço tranqüilidade, tempo para pensar as ordens universais que me chegam de todos os cantos de um verso, alguém que tenha essa compreensão que não mate, que não castigue, que encontre sentido para tudo o que o homem faz.

Quando quero um pouco de dinheiro, é para entender que o mundo é só daqueles que nunca dormem. Dinheiro para que alguém não durma por mim.

É obscuro o porvir do homem, mas a máquina esta década crescerá até o paroxismo, e por outras duas décadas mais se crerá que eu sou o cérebro da máquina; isso terei que saber manejar, para que não me faça dano.

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Envolto em teus perfumes moriscos, soletro meu nome:

- Me chamo o professor, sou um modesto traficante de frases feitas. Em minhas frases já ditas, se cobiçam almas pobres, almas desesperadas, livres para seu próprio destino. Vê doutor? Estou desesperado porque tudo me vai bem e me dá um pouco de asco. Que barbaridade, seguro que isto não acontece a nenhum paciente seu.

Eu não lhe respondi, mas pensei que ocorria o mesmo a todos os pacientes do mundo, definitivamente não estavam acostumados a ganhar.

- Às vezes, quando era pequeno, ia buscando que alguém pela rua quebrasse minha cara e, assim, caminhando, às vezes, encontrava algum amigo.

Eu, por intervir, mais do que por sentir, disse-lhe que o único tempo que não se pode alterar é o tempo do amor.

- Sim, o que me dizes é uma coisa importante para a vida de todos os seres humanos, mas eu estou cansado de obedecer, doutor.

Creio que chegou o tempo de impor minhas  idéias, mudar tudo para que tudo seja belo, para que tudo seja maravilhoso, entende? Dominar a mim mesmo.

- Bom, lhe disse eu, então podemos continuar na próxima.

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A temperatura de meu ventre aumenta quando recitas teus versos em público. Abro minha vagina a tua língua cantarina e meus dedos são teus dedos cravando até o fundo de minha alma.

Você, o que opina?

Pornografia   ou   Erotismo

Até o dia de hoje, votaram:

Pornografia: 272.000         Erotismo: 520.000

 

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1

Estou muito contente. Meus fracassos não são os fracassos do mundo. Nem os fracassos do mundo são meus fracassos.

2

Sigo sem ter, como quando jovem, nenhuma idéia na cabeça.

Antes gostava, agora me inquieta.

3

Não vou caminhar como um andarilho perdido. Vou ficar aqui.

Já estou plantado, agora crescerei.

Em mim confiam muitas pessoas, terá que haver decepção generalizada. Todo mundo terá que se pôr a chorar o perdido e eu, seguramente, dessa maneira, terei tempo para escrever e para minhas pequenas coisas que nunca são muitas.

Depois de tantos anos, quase 45, ela e eu, a poesia e eu. Tudo é monogâmico em minha vida, sobretudo porque o que não muda nunca é o eu.

Eu e o mundo, o mundo e eu.

As teclas soam como punhais ao vento.

 Índio Gris


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 Índio Gris