Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 130 ANO 2002 QUINTA-FEIRA 14 DE
NOVEMBRO 

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2002

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

NIVELES DEL AMOR

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 130

ANO III

EDITORIAL

Público: Teríamos que exercitar outra maneira de ler, pondo tua escritura em relação a outras produções do campo ou da cultura.

MOM: Ou diretamente o que eu nomeio: eu te digo o que tirei de Freud e tu tens que ir ler Freud para ver o que tu tiras. Por que Menassa diz aqui que é isto quando eu não leio isso? Isso é fundamental, porque envolve todo o aparato de leitura. O aparato de leitura é instrumento de conhecimento; se tens outro aparato de leitura, produzes outro conhecimento.

Público: Para mim pareceu que o que mais estava trabalhado em Freud e Lacan -falados- 1 era o da regressão.

MOM: Mas porque tu tinhas problemas com a regressão, então quando vais, encontras que isso está melhor trabalhado. Mas quem sabe que o próprio Freud coloca duas alteridades, não uma? Como vou atender ao Outro do inconsciente se não entro no outro semelhante? E depois quando Lacan retoma isso, só sei que vou morrer se tenho outro pequeno, se só tenho Outro posso ser um psicótico. Se não tenho outro semelhante não aceitei a mortalidade, não passou pela castração. Que não é tão fácil. Tens que estar um tanto curado para estudar psicoanálise. Não vêem que Freud em Análise profana, ao cara quando explica chega um momento onde lhe diz “isso não posso responder porque você não vai aceitar. Primeiro se psicoanalisa um pouquinho e depois lhe respondo”. Como vêem, algo são há que estar.

Público: Eu não havia me dado conta da possibilidade de que se pudesse ser materialista sem ser marxista, porque fiquei pensando que o que dizias de Freud, na realidade, era muito materialista, no sentido que nós damos para a questão.

MOM: Mas não é que Freud não seja marxista. É muito interessante porque ele faz uma aclaração, ele diz que não está de acordo com o comunismo e mostra que o leu, como depois aparece em notas epistemológicas. Por exemplo, em A interpretação dos sonhos diz, “isto não se pode comparar (essa é uma noção epistemológica) porque se comparo o novo com algo comparável, o torno velho, perdeu a novidade", portanto tenho que suportar o novo sem comparar, que é o que vocês não podem fazer comigo. Me comparas com tua mamãe e ganha tua mamãe. Como eu vou ganhar?

Porque eu sempre conto como minha mamãe foi grandiosa, mas eu também fui grandioso com minha mamãe. Eu a vi chorando uma vez, eu voltava para a Espanha, e lhe disse “não chores, se eu volto” então disse “não estou chorando por ti, estou chorando por mim”, porque se dava conta de que se o filho ia para a Europa, quando voltasse da Europa teriam passado um montão de anos. Eu uma vez com 18 anos lhe disse, “eu te quero muito, mas tenho que te abandonar, senão, não vai haver mundo para mim”, e a turca entendeu. Quando digo que entendeu é que me seguiu querendo, apesar de que eu a abandonava por outras mulheres. Às vezes nem o explicava, porque me dizia: “mas se nem sequer vais ver uma mulher”. E era verdade, mas claro, eu já me analisava e isso me dava certa coragem.

Além disto, o princípio de minha psicoanálise foi bom porque o psicoanalista, quando eu falava mal de minha família, queria me mostrar que era algo que se passava em mim, que não era em nenhum familiar. Tive sorte, me interpretou, “não, mas esse não é seu pai, esse é o pai que forjaste, não é a pessoa de seu pai”. Quando falamos de que a mamãe é fálica, não estamos falando da mamãe que conheces de toda a vida.

Por exemplo, não sintam que são coisas íntimas as coisas que vocês pensam, como vão ser íntimas! Eu uma vez, no ano passado, sentei na escrivaninha sete ou oito pacientes antigos, que há muito tempo se psicoanalisavam, e na quarta ou quinta vez começaram a protestar com o de voltar ao divã. Depois de um ano, três voltaram ao divã com a sensação de ter sido heróis, ao estilo das histórias dos heróis: eu te dou a espada e tu com a espada tens que vingar não sei o que, e se és um herói te tiro a espada e para ti não importa. Na realidade, tu fabricaste o herói com tua persistência. Porque se um dia me dizes, "divã" e no outro “vá à merda” e no outro outra coisa. Tem que ser ao estilo dos heróis, “não gosto que grite comigo, doutor”, tem que ser aos gritos. Por quê? “Porque não te agrada que te gritem”. Eu conheço gente que não me deixa que lhe fale suave, quando eu lhe digo algo muito suavezinho ou lhe digo: “a compreendo”, há gente que quer me matar. E por quê eu sigo dizendo que a compreendo? Porque isso é o que lhe faz mal. Imagina se vou fazer o que lhe faz bem. Se lhe faço o que lhe faz bem estou a favor do sintoma. Eu sei que não é simples. Porque seria, e por quê este homem cada vez que eu lhe grito me confunde com uma figura autoritária, se eu não sou autoritário? Nada mais que porque grito? Então, um dia de manhã vai abandonar o tratamento quando mudo de gravata.

Vocês não falam aos gritos, pois não são escutados por ninguém, não é que eu seja surdo. Se os decibéis do mundo estão muito mais acima do que vossa voz, quem os vai escutar? É como ao paciente a quem eu às vezes digo quando fala muito baixinho "o que quer, que me atire em cima de você para escutar? Porque desde onde estou sentado não posso escutar um balbuceio". Então quando alguém fala baixinho o que quer é que o outro se acerque, mas por que necessito que o outro se acerque se o que necessito é falar? Então te grito, “te distancia”, estou te dizendo, estás demasiado próximo para escutar-me, porque o que em mim é palavra, em ti é grito, portanto, distancia-te e vais ver como me escutas bem baixinho. Mas não te distancies e fiques agarrado porque não te convém escutar, não é que não escutas porque o outro grita, para ti não convém escutar mesmo que isso viesse envolto em um condão com vaselina, tampouco o tragas, começas a dizer que a vaselina é corrupta.

POESIA, POESIA, POESIA, POESIA

Miguel Oscar Menassa recitando

ATENTEI CONTRA TUDO

Atentei contra tudo e não serviu.
Aceitei tudo e tampouco serviu.

Voar
e voava mais alto que as nuvens.

Morrer
e fundia minhas mãos no ventre
e arrancava meu coração.

Depois alguém murmuraria:
teria sido melhor de outra maneira.

A beleza
no centro da beleza
esperavam tranqüilamente
os grandes amores
e a verdade
tibias loucuras.

Peles maltratadas para que o amor
tenha seu destino de luz apagando-se.

Caminhos da vida cortados para sempre.
Atordoadas cadeias golpeando-nos o rosto
entardeceres onde a justiça nos condena.

Noites inteiras onde a febre
é o amor
e simples pensamentos
a loucura.

Tempos onde a vida
não entrava na mirada
tempos da famosa solidão.

Intermináveis caminhadas por meu corpo
como se meu corpo fosse o universo.
Celeste e sombrio.

Luminosos sóis
deslumbrados por sua própria beleza
e os intermináveis astros negros
embrutecidos de dor.

Para ver el video debe tener instalado en su ordenador los programas:

http://spain.real.com/freeplayer_rp8.html

   http://www.divx.com/divx/

CARTAS DE AMOR

QUERIDA:

A desordem chegou aos rincões mais ocultos de minha vida. Momentos nos quais penso que a desordem será o que me matará. Ao redor de quarenta cadernos escritos pela metade e milhares de páginas à máquina todas esparramadas em cinco ou seis lugares aos quais às vezes nem sequer tenho acesso.

Também tenho compreendido que a desordem se produz em minha vida, pelo menos, pela super produção e não só de escritos e pinturas senão também uma super produção de amor, de desejo, de pulsão social, comunitária.

O interessante é que sou um homem insuportável, também para mim.

Viver assim me custa essa desordem que, por outro lado, impede em parte que as pessoas se enamorem verdadeiramente de mim, já que é muito fácil ter suspeitas em meus amores, mas no entanto devo dizer que, se sou capaz de suportar a desordem e certa falta de amor maternal, devo dizer que nestes anos não envelheci -ou pior todavia-, estes anos em meio a esta desordem e a esta aparente solidão, rejuveneci e isso imagino que seja suficiente para suportar o que seja. Terei que pensar bem este assunto, em algum momento terá que envelhecer.

Morrer jovem mesmo que seja aos duzentos anos também é perder algo da vida. Assim que dentro de pouco tempo terei que decidir envelhecer.

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- Estou totalmente desequilibrada.

Creio que não sei me cuidar, me lembro de uma frase de uma mulher: "Para estar apaixonada por Menassa tem que ser uma fera". E me causava tal repugnância que fosses um homem público, dessa maneira começou como um processo de loucura, que havia uma... (é uma estupidez) que queria protegê-lo disso, protegê-lo... no fundo, se os recursos são os da perversão, para mim, talvez tivesse me excitado que você fosse com outras mulheres.

- Continuamos na próxima.

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EROTISMO OU PORNOGRAFIA?

Eram duas jóias movendo-se ao ritmo de minha pele. Elas bailavam, eu não existia, mas minha pele estava presente.

E elas, pombas embelezadas de si mesmas, faziam tetas com tetas, cu com cu e, depois, como se moviam e quando se roçavam apenas, cabelo com braço, teta com costas, cu com entrepernas, lábios com lábios, tudo se desvanecia na sala, a música golpeava sem piedade nossos corpos desnudos.

Eu me agarrava a minha pica com as duas mãos e elas enternecidas, me beijavam as nádegas, primeiro uma, depois a outra, às vezes enquanto me chupavam me metiam um ou dois dedos, não sei...

Você, o que opina?

Pornografia   ou   Erotismo

Até o dia de hoje, votaram:

Pornografia: 268.000         Erotismo: 510.000

 

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1

Ser espanhol, médico espanhol e contratado por uma empresa espanhola, deve ser levado até suas últimas conseqüências.

2

Sabendo que nada pode ser defendido em toda sua totalidade, devo eleger o que defender e isso é o que se salvará do massacre. O resto não pode ser defendido, o resto terá que ser escrito em sua totalidade.

3

Não só ser rico é uma proposta da mente. Morrer, também, é uma proposta da mente.

A única coisa que me pede a vida é uma moderação. Não me pede deixar de foder, fumar, beber, comer, trabalhar, distrair-me ou jogar; o que me pede a vida é uma certa moderação.

Exemplo de virtude: estou enfermo disso, dou um exemplo de virtude: o que deve ser feito. Cada coisa a seu tempo e com o pessoal apropriado, eu o faço em qualquer tempo, quase tudo junto e nunca pergunto o que acontece com o pessoal ou quem são, exatamente.

É por isso que a vida me pede um pouco de moderação.

 Índio Gris


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 Índio Gris