Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 125 ANO 2002 QUINTA-FEIRA 10 DE
OUTUBRO
 

 

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2002

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

LA SELVA EN CASA

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 125

ANO III

EDITORIAL

ENTREVISTA AO POETA MIGUEL OSCAR MENASSA

CS: Me impressionou muito uma frase sua que diz: “Espero não ter lhes convencido de nada que não estivessem convencidos já antes da penetração”. Quer dizer que o que está convencido porá o trabalho necessário?

MOM: Quando a gente pergunta: de quem é a bondade? Às vezes responde “da psicoanálise, que me tirou do problema”. Um bom psicoanalista teria que responder que quem tirou o paciente do problema foi o próprio paciente: pagou, veio e, depois que o psicoanalista, se é um bom psicoanalista, lhe disse que talvez ele tinha algo a ver com seus males, o paciente seguiu vindo, seguiu pagando. Então, quando soluciona o problema, na realidade quem deveria ser felicitado seria o paciente. Por quê? Porque o psicoanalista já cobrou por seu trabalho, o psicoanalista trabalha de psicoanalista e tem que se conformar com o que cobra... Se ainda por cima o tens que felicitar...! Tu felicitas a quem faz ladrilhos? O cara faz vinte ladrilhos, depois eu com os ladrilhos posso fazer uma casa maravilhosa, o obreiro não tem nada que ver, por que o psicoanalista tem que ver? O psicoanalista já cobrou seu trabalho, tem que se contentar com seus honorários, que são bastante altos, por outra parte. Não é que os meus sejam baixos, os meus são os mais altos de todos, mas eu me ocupo trabalhando quando trabalho, não estou pensando bobagens. E além disto não somente trabalho senão que me dou conta que sem um grande desejo do sujeito é impossível curar alguém. Porque não há um só médico que diga “eu curei fulano”, se o paciente não viesse com o desejo de que você o curasse, não o cura. Tanto isto é assim, que vai um paciente a um médico que lhe receita um medicamento e com esse médico não se cura, vai a outro e, com o mesmo medicamento, se cura. Então não é o médico, é o paciente, porque o outro médico não lhe dá outro tratamento, lhe dá o mesmo tratamento e no entanto se cura.

Isso quer dizer que o paciente elege. Salvei-lhe a vida, sim, mas também eu lhe agradeço, senhor paciente. Já sei que não se pode andar dizendo isso, “lhe agradeço, senhor paciente, que você tenha decidido que eu lhe salvasse a vida”. Com as relações sexuais o mesmo, alguém diz: “fodi este”, quando não, é o outro quem decidiu entregar-se aí, e se não, o que és? Um violador. Somos todos violadores. É o que ensinam os estados: "não te agrado? Te destruo", então no final as pessoas terminam vivendo assim. Não gostaste da trepada da noite? Te destruo. Logo, te enganaste e me trouxeste bombons de chocolate amargo em lugar de bombons de chocolate doce, me suicido. É um pouco o que ensinam os governos. O assunto dos judeus na Palestina, que mostram uma fotografia de uma menina brincando com um fuzil e dizem, “lhes lavam a cabeça desde pequenos”, e os judeus: sabem o que fazem? Todo o serviço social está montado para ter um militar de primeira aos 17 anos. E logo dizem que os outros fazem a guerra quando eles têm todo o serviço social (que deve ser o melhor do mundo) para que o soldado chegue aos 17 anos puro, forte, grande, lindo, para fazer a guerra, e logo acusam os outros que ensinam aos meninos a atirar. E o que queres que lhes ensinemos, filho da puta, a brincar com as bonecas?

CS: Na Europa mandam os meninos fazerem a comunhão vestidos de marinheirinhos, de capitão general...

MOM: Logo também as pessoas se masturbam muito. Terminam um poema e o lêem uma vez, duas vezes, dois anos, três anos, na realidade me parece isto mais lindo que aquilo porque isto está por ser feito, não tenho que ocupar-me do que está feito. Dos filhos há que se ocupar quando são pequenos, não vais te ocupar quando têm 40 anos dizendo: “nenê não faças isto, nenê não faças aquilo”, porque os pais são assim, não se ocupam quando são pequenos e depois se ocupam quando são grandes.

Público: Mas se ocupam quando são grandes, igual para não se ocupar deles mesmos.

MOM: Também, muito bem, você se interpretou sozinho, não faz falta que alguém o interprete. Muito bem.

CS: E viceversa, “papai, onde vais a esta hora?”

MOM: Também. Sim porque como agora as mulheres já não podem fazer cenas de ciúmes porque fica mal, agora fazem cenas de ciúmes os filhos.

CS: Outro dia, na TV1, há uma série nova onde a mãe diz: “vou operar as tetas” e lhe chega o filho de 30 anos e diz "as mães tem peitos ou tetas?”.

AD: Peitos para os filhos ou tetas para os homens.

MOM: Por exemplo, eu gosto do Grupo Cero porque eu sou um psicoanalista que trabalha. Trabalhar 40-50 horas semanais, estudar, fazer livros de psicoanálise, mas se, além disto, não escreves um livro de poesia as pessoas começam a te olhar mal. Sabes por que te começam a olhar mal? Porque se não tens um livro de poesia quer dizer que não lês poesia; se lesses poesia, publicarias poesia. Então te castigam porque não lês poesia, escrever é o resultado de ler poesia. E depois, o integrante faz o que quer, mas se tu vens perguntar: “Menassa, o que faço? Compro um iate ou sigo investindo em minha formação?”Eu te digo que sigas investindo em tua formação.

CS: E se compra iate e se arruína lhe dizes: “já o tinha dito”.

MOM: Não, sempre estou esperando que o outro, quando me contradiz, ganhe mais dinheiro do que eu ganho. Sempre espero isso.

 

POESIA, POESIA, POESIA, POESIA

SOLDADO DA NOITE

Soldado da noite. Vigio
meu próprio pensamento.

Guardião no céu de minha vida,
amo meu corpo em solidão
e sonho pelas noites,
ser o grande homem
que salva a si mesmo.

Ato meus olhos à lembrança:
caminho da mão de minha mãe,
lentos precipícios,
faço amor com minha mulher,
a sós,
urdo para mim mesmo a armadilha mortal.

Me detenho, obstinadamente, no passado
onde não tive pão, nem paz,
nem milagre que me salvasse do horror.
Menino vi tudo.

Pedaços de pele,
fragmentos desparelhos de perfumes,
franjas do amor,
ambicionado repouso que não chega.
Entre teus braços,
entre teus gritos de égua mal ferida,
talho de vento,
olor e orvalho da manhã.
Olhos de mula estancada em silêncios.
Blasfêmia e luz,
orquestra da noite,
muda,
parábola do homem.

CARTAS DE AMOR

QUERIDA:

Trabalhando a eterna solidão da alma, sustenido vento, tempo dos furões destinados a advertir da eterna solidão das estrelas, arcas advindas mares sangrentos.

Ventre parindo universos, não queremos ser mais, simples profissionais da alma. É feliz a realidade, serpente encasquetada, dor enorme do saber escondido do nada. Como me agrada perder o tempo da felicidade, isto é, ninguém há de querer voltar a amar os rastros arteiros do nada.

É verossímil que o homem fale das dissolventes e doentias familiaridades perenes destes dias felizes do passado, aquela situação obstinada da dor alheia, por todas partes alegremente levada a tristezas marinhas encontradas.

Estou em mim, vagalume enamorado do tempo dos marechais envolvidos assassinados, no qual a vista da dor falava de dias em que comíamos amor.

 

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Ela me diz que tudo o suja. Pergunto-lhe:

- Com fluxo?

- Não, doutor! -exclamou ela- com sangue, com maldade.

- Talvez -lhe disse- os supérfluos encantos do dinheiro tenham, por fim, produzido uma chama em nós.

- Uma chama? -diz.

- Bom, uma sujeira, como você diz, que dá no mesmo. Continuamos na próxima.

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EROTISMO OU PORNOGRAFIA?

Nos encontramos com um montão de companheiros, e eu disse em voz alta diante de todos a olhando:

- Algum dia faremos amor e será maravilhoso, e ela ruborizou...

Caminhando de volta ao meu trabalho, a recordei com as bochechas avermelhadas e a amei e me dei conta que a tinha amado sempre.

E quando cheguei a minha casa senti que era um demônio e que, também, era angelical, e essa diferença entre demônio e ânjo para nomeá-la me punha desejoso e enquanto endurecia a pica, chamava a todas as mulheres que, ela, me havia nomeado enquanto fazíamos amor, uma por uma e as fodia, todas, por telefone.

Você, o que opina?

Pornografia   ou   Erotismo

Até o dia de hoje, votaram:

Pornografia: 264.000         Erotismo: 455.000

 

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1

Ficar imóvel, cego, olhando como tudo se destrói, não há de ser bom para ninguém, nem sequer para quem nada vê.

2

Tenho que me ocupar da realidade, se não, não me deixarão nem uma só laje de porvir.


Estou só, como os grandes homens perdidos em alguma imensidão, para sempre. Se me animo a levar em conta frases escutadas alguma vez, talvez a experiência não seja tão terrível como dizem meus escritos anteriores. Se sou um bom escritor, dentro de uns anos todo mundo quererá se independizar, ser seu próprio ser.

Não se deve forçar a máquina nunca mais. Espanha é assim, débil, romântica. Reformulação política.

Um homem que no peito não tem sentimentos senão um farol não pode romper seu peito de dor, porque o que dói são os sentimentos e não, como se crê, a luz.

Vestido como para me casar uma vez mais, arrasto atrás de mim um baile efervescente, louco de alegria por ser mais. Baixar as ambições, também, é estendê-las, dissiminá-las. Toda lei é resultado da leitura de complicadas teorias, mas a lei aparece plana, sem rancores, pelo trabalho que custou formulá-la.

 Índio Gris


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 Índio Gris