Revista semanal pela Internet Índio Gris
Nº 122 ANO 2002 QUINTA-FEIRA 19 DE
SETEMBRO  

UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2002

NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS
CASTELHANO, FRANCÊS, INGLÊS, ALEMÃO
ÁRABE, PORTUGUÊS, ITALIANO E CATALÃO

EL MERCADER DE VENECIA

ÍNDIO GRIS É PRODUTO
DE UMA FUSÃO
O BRILHO DO GRIS
E
O ÍNDIO DO JARAMA
A FUSÃO COM MAIS FUTURO DO SÉCULO
XXI

Índio Gris


ÍNDIO GRIS Nº 122

ANO III

EDITORIAL

COMPLETAR 62 ANOS 

Da minha cidade natal
hoje recebi uma carta
onde me diziam que
ao completar 62 anos
provocaria grandes inundações
na América e no resto do mundo.
Que não me preocupasse, me diziam,
que não és tu, são teus 62 anos.

É a encarnação pura do dilúvio,
de uma velha lenda e de teu canto,
há de ocorrer, exatamente, aos 62 anos
quando o poeta se rompa na tormenta.

Na verdade não fiz caso da carta
mesmo que tenha me dado conta de
que as inundações assolavam o mundo.
Na inteligente e sábia Europa
os cidadãos morriam
tragados pela água
como em um país pobre onde a água
é esperada todo o tempo,
à beira da morte por sua falta
e quando vem a água
borra todos os limites e já,
sem que ninguém possa deter a água
reina a morte por todo lado.

Nem a Rússia poderosa
nem a China comunista
com seus milhões de voluntários
puderam deter
o fluxo maligno da água
ao completar 62 anos.

Também, devo dizê-lo,
sentiram o pulsar da água,
os implantadores de um viver
que ninguém haverá de suportar,
sem desordem, sem névoa,
sem esses altos e baixos da dor e do riso,
sem o obscuro sexo das altas paixões
sem esse amor impossível e grandioso,
do poema que haveremos de escrever,
talvez, mais adiante.
Esses estados unidos modernos do terror
esses homens repletos do poder das armas
iriam morrer afogados, propriamente, em seus prantos.
E é aos 62 anos que me disponho,
com um talante generoso, a festejar
viver num mundo onde ninguém sabe,
se deve ou se presenteia, se ama ou se deseja
se obrigado a viver ou interessado
se valente ou inquieto ou covarde sem fé.

E se não quero falar do homem
como se deveria,
é porque o homem foi tudo
e nada lhe agradou.

Nem serpente nem árvore,
nem cego nem profeta,
nem furtivo alcaguete
nem homem da lei.
Não quis nunca
ser obreiro ou patrão
e nunca teve fábrica
e nada se plantava nele.
E quando apesar de si
de sua vigilância,
alguma uva crescia no deserto,
sem pronunciar palavra, a bebia.

Era impossível viver nesse mundo,
todo mundo morria
e quem não morria, esperava morrer.
Era impossível amar nesse mundo
ou ter ilusões e, no entanto,
ao completar os 62 anos
quero confessar-me adito
ao cruel viver.

Me passa que, tudo o que faço
o que amo, vocifero ou trabalho
é só para seguir vivendo e
qual drogadito aferrado a sua presa
estou disposto a tudo por viver.

E virão cataclismos e ciclones
inundações e guerras por todo lado
e eu, sentado, escrevendo meus versos,
fazendo do cataclismo minha guarida,
do ciclone meu alento e da pólvora
minha inseparável companheira.

Virão, desesperados,
os mortos reclamando
o direito a estar mortos.
Virão asas do tempo
a voar em nós
o adeus da vida
mas minha droga,
o desejo de viver contra tudo,
sentará em seus joelhos
aos mortos
e na mesa a comer,
tranqüilamente,
as asas do adeus.

TENS QUE PODER ENCONTRAR NESTAS PÁGINAS, 
CHEIAS DE ERROS, AS SEÇÕES HABITUAIS DO ÍNDIO GRIS 
( POESIA, CARTAS DE AMOR, PSICOANÁLISE, EROTISMO, POLÍTICA E CARTAS DO DIRETOR).
 
ANIME-SE! DIRIJA CONOSCO

ENTREVISTA AO POETA MIGUEL OSCAR MENASSA
PARA A REVISTA “O ÍNDIO GRIS”

Domingo, 15 de setembro de 2002

Miguel Oscar Menassa: Estamos pintando em casa, o pessoal está nervoso, tinham se esquecido de acender a luz. Ui! Que tela tão pequena que tenho diante de mim. Sou todo vosso, tanto das realizadoras como da entrevistadora. A entrevistadora pensou algo para mim?

Carmen Salamanca: Sim, a capa de El País de ontem.

MOM: Sensacional. Genial, diretamente genial. Além disto, nunca em El País apareceram tantos nomes de artistas famosos e de poetas famosos, na entrevista e como nos insultos que faziam a David. Tiveram que nomear a três ou quatro poetas, a três ou quatro criadores. Me parece sensacional o que fez. Numa das declarações disse: “Eu queria levar a cultura à moda e não se pôde”. Bom, eu sou um pouco maior do que ele, vamos dizer a verdade: Sim se pôde, olhem o que fez, levou a cultura à moda. Nas duas ou três páginas que dedicam os jornais à moda, jamais apareceram tantos nomes de poetas, um agora pode eleger no artigo da moda algum poeta e lê-lo, para mim parece sensacional o efeito social.

CS: Fala-me do efeito social, a repercussão, o escândalo.

MOM: Vamos analisar o periodista de El País, que foi o primeiro que se levantou e assim organizou que outros periodistas se levantassem, porque El País é um jornal poderoso em nossa cidade, tinhas te dado conta?

CS: Sim.

MOM: Então, o cara se levantou, nem por assomo por todas as estupidezes que disse: Que porque era imoral, porque era contra a mulher, porque era a favor dos Talibãs. Nenhuma dessas coisas. Ele se levantou (e vocês vão sorrir, porque os psicoanalistas sempre falamos do mesmo) por inveja, porque se deu conta de que o que estava vendo era o capa de todos os diários do dia seguinte e vá saber se hoje, há 48 horas, não é capa de alguma das revistas da Europa, de algum dos diários da Europa. Ele é um bom periodista, mas invejoso. Ele se deu conta. E ainda, podemos dizer, que é um pouco perverso o periodista de El País, porque lhe pareceu imoral, mas o filmou, o fotografou, saiu correndo do estádio, não tanto porque sua moral estava morta, senão que saiu correndo da passarela Cibeles para ser ele quem poria no portal a notícia.

CS: Ajudou a torná-lo capa.

MOM: Exatamente, ele foi. Bom, dentro de tudo volto a insistir que é um bom periodista porque, em lugar de sacar uma metralhadora, como talvez tivesse querido, e varrer todas as modelos, sobre tudo a pequena das tetas (que lhe deve dar uma inveja porque a mulher dele não deve ter essas tetas). Dentro de tudo, supera a inveja: foi e escreveu contra, disse que lhe tinha dado asco. Depois também uma idéia sutil de outro periodista, um artigo, me parece que, por desgraça, do mesmo diário, como era a notícia?  Que tomavam frivolamente o tema do maltrato à mulher.

Exatamente, e da violência familiar e não sei o quê. Mas olhando-o bem, na realidade, eu não digo que nosso jovem e genial desenhista o sabia, mas fez um sarcasmo, no sentido de que mostrou ao governo, ao Partido Socialista, ao PP e ao resto do povo espanhol, como o povo espanhol em sua totalidade, incluído o PP, o PSOE e a polícia, riem do ponto do maltrato familiar, porque quando esta mocinha, que é muito socialista, diz que todavia é uma cultura machista e que o partido socialista também é um pouco machista e que o PP é muito machista, ela crê que está falando em chiste, mas não, é um país machista que vê com bons olhos que sejam dados uns quantos paus à mulher cada vez que a mulher engana ou usufrui do dinheiro de seu marido ou ama mais a suas amigas que ao marido, coisa que é habitual e que há que saber, que o dizem todos os livros de ficção científica “amarás: mais a tuas amigas que a teu marido”.

CS: Um dos primeiros a sair foi Fermín Lucas, diretor de IFEMA, que diz: “É um desprezo à mulher nuns tempos em que lutamos pela igualdade e o respeito, é uma irreverência...”

MOM: Corte aí. Quando ele disse: “lutamos pela igualdade e o respeito” crês que quer dizer que estão lutando para que a mulher seja igual ao homem? Não, estão lutando para serem todos mulheres, corrija. Num momento onde todos lutamos por ser mulher...

CS: ... é um desprezo à mulher.

MOM: Ou seja, ao homem que está lutando por ser mulher.

CS: “Em uns tempos em que todos lutamos por ser mulher, é uma irreverência e é muito grave submeter às modelos a um terceiro grau com perigo de sua integridade física.”

MOM: Por que não perguntou quanto lhes pagavam? Porque na película de Tarzán, Tarzán tem que se tirar da árvore e quase se rompe a alma um dia, mas vá perguntar quanto pagavam, ou não é um ofício ser modelo? Os argumentos do senhor são facilmente destruídos por qualquer pessoa inteligente. Aprofundemos, não terão querido fazer publicidade para Delfín e em sua maneira perversa de pensar, pensaram que era mais fácil fazer um escândalo periodístico do que elogiar sua roupa, suas jóias e sua inteligência e sua cultura e seu surrealismo e sua psicoanálise, que era mais fácil fazer um escândalo? Porque a imprensa, sabes que atua assim. Apesar de meus amigos da imprensa.

CS: “Isto nunca voltará a suceder”, disse o mesmo senhor.

MOM: Não, porque o menino já o fez. Isto nunca voltará a suceder, porque é um fato artístico. O cara crê que nunca vai acontecer porque ele vai proibir que ocorra, mas não vêem que estamos sendo governados por tarados mentais? Não, nunca mais vai ocorrer porque é um fato artístico e se ocorre de novo todo mundo diz: “copião, imitador”. É uma ensambladura, onde se vê claramente a mão da psicoanálise, ainda que para você pareça mentira. Mas não como crêem alguns porque talvez algum deles se psicoanalise, senão que no modo de juntar está a psicoanálise do Grupo Cero. Perdoe-me que ao final eu queria brindar uma homenagem a Delfín, no sentido de que eu sinto que ele conseguiu algo que eu não posso conseguir, o capa de cinco diários, e resulta que agora termino falando de mim. Mas o que acontece é que o Grupo Cero tentou e conseguiu levar a poesia até os cenários do pensamento e da ciência. Por quê a cultura não vai chegar à moda? Por quê? Ou têm medo de que o menino se faça milhonário fazendo vestidinhos? Que não faz vestidinhos, o menino é um artista. Falo, e isso que não o conheço, mas se me regala uma calça, sabem o que digo dele? Maravilhas, não vêem que tenho a calça toda suja pela pintura. Isso me acontece por trabalhar com tantas mulheres, as mulheres nunca regalam, os homens regalam mais. No ano que vem vou me dedicar a isso. Carmen, por favor, abra a lista de espera, a partir do ano que vem vou trabalhar com homens.

CS: No jornal diz: “Tentando justificar os aspectos estéticos do desfile, o desenhista explicou que tudo vem do quadro de Magritte dos amantes que se beijam encapuzados”.

MOM: Muito bem, já nomeou a Magritte.

CS: “Meu equívoco era que este era um conceito teatral, e aqui em Cibeles não há ensaio geral, não culpo a Cibeles, a responsabilidade é minha.”

MOM: Se equivocou, houve ensaio geral. Os patrocinadores da Cibeles foram os que permitiram isso, porque como Barcelona ganharia à passarela Gaudi se não ocorresse o que ocorreu? Vamos, ou somos todos tarados, ou os gênios temos idéias. Os gênios não temos idéias, os gênios vamos por aí e nos agarram os que têm idéias e nos fazem fazer coisas geniais, em qualquer lugar, em qualquer canto, sempre inadequadamente, para quê? Para que surta o efeito que eles querem. Tem que ser um efeito periodístico, tem que ser um efeito comercial... Gostou desta versão catalã do assunto?

CS: Me parece muito realista. “Delfín se extendeu falando do surrealismo de Luis Buñuel e dos sonhos.”

MOM: Já recomendou todos os poetas surrealistas, Buñuel e Sigmund Freud, é um criador.

Eh! E o periodista tem mulher? Para saber como a maltrata.

CS: Não sei.

MOM: Denunciemos os três periodistas que se levantaram, como perversos, façamos-lhes um juízo e lhes ganhamos. Ponhamos psiquiatras a investigar a vida desses periodistas e vão ver como padecem todas as perversões que acusam, batem na mulher, fazem o amante masculino bater neles, castigam o amante feminino, averigúem, estou seguro. Não tem três ou quatro psiquiatras, Amelia Díez, para emprestar-me, para que eu trate como cães de apreendidos?

AD: Seu próprio ato o denuncia.

MOM: Seu próprio ato os denuncia. Julgado, como faz Bush, julgado. Não vamos averiguar se é verdade ou mentira.

CS: Segue dizendo Delfín: “São imagens, desejos inocentes que falam dos sonhos e de fantasias, talvez minha confusão...”

MOM: Aristóteles: As pessoas decentes sonham e fantasiam o que os delinqüentes têm necessidade de fazer. O menino lhes disse “vocês são uns delinqüentes. Eu sou decente até para Aristóteles”, lhes disse. Eu não digo que as pessoas saibam o que dizem, mas quando diz isso lhe diz, “Olhe já Aristóteles sabia que os decentes, as pessoas que trabalhamos, os artistas, fantasiamos, sonhamos as fantasias, criamos com as fantasias, ao contrário vocês os perversos, têm necessidade de realizá-las”, é assim. Adiante, Carmencita, que hoje vendemos tudo.

CS: “Talvez minha confusão seja querer levar a cultura à moda e não me refiro ao estético, senão ao espírito.”

MOM: O que disse, a pintura?

CS: A cultura, mas pode ser.

MOM: Vamos ver como é isso, porque aí há um erro.

CS: “Talvez minha confusão seja querer levar a cultura à moda e não me refiro ao estético senão ao espírito.”

MOM: O que acontece é que se a cultura não está dentro da moda, a moda não é moda, o que é absolutamente impossível. Ele triunfou, levou a cultura à moda, te estou dizendo que em uma página de moda aparecem quatro poetas, três realizadores e apareço eu. Quando eu apareci relacionado à moda? E ele me faz aparecer. Ou agora também vamos duvidar que eu seja um poeta. Podemos duvidar até que compre um quadro, que eu sou um pintor, você o compra, o olha, o olha, o olha e termina gostando, como fez com seu esposo, do qual não gostava quando se casou e depois de tanto tê-lo ao lado seu terminou lhe agradando. “Bom não é tão mal Paco”.

CS: Sobre a banda sonora, o jornal descreve: “...na que se ouve um ruidoso orgasmo e uma confusão de ruídos de grades que se abrem e se fecham e bastidores que farfalham e palmas.”

MOM: Contestação do menino.

CS: “Eu encarreguei Gabriel Gutiérrez um fundo sonoro que fosse como a banda de um sonho, por isso se ouvem pulsações do coração, o abrir e fechar de portas, tenho que dizer que esta é uma coleção feminina, para a mulher, é minha terceira coleção e a mais feminina que nunca havia feito.”

MOM: Leia-me o princípio que é muito importante.

CS: Um fundo sonoro que fosse como a banda de um sonho…”

MOM: O menino lhes responde, qualquer ruído confuso para você já é o ruído do orgasmo, tens uma confusão na cabeça. Claro porque o menino é um artista, não sabe o que responde, ele talvez creia que está se defendendo do periodista, ele talvez creia que está pedindo desculpas ao periodista, mas olha o que lhe responde, é genial, leia e vais ver.

CS: “Um fundo sonoro que fosse como a banda de um sonho”.

MOM: Isso pede ele, mas o periodista, o que escuta?

CS: “Um ruidoso orgasmo e uma confusão de ruídos de grades que se abrem e se fecham e bastidores que farfalham e palmas”, isso é o que ouve o periodista.

MOM: O que vê o periodista é isso, então podemos assegurar que o periodista não leu Marx, ou o leu mal, não leu Freud, ou o leu mal, e não leu nenhum dos meus poemas, que isso é imperdoável, eu creio que há que mandar o periodista preso, não o podemos mandar preso como fazem eles, nós não temos esse poder. Que lástima! Olha que eu diga Bush a prisão. E para quê vou encarcerá-lo? Para que aprenda a foder, para que se separe um pouco dos homens. Porque, sabes por que vai atacar o Iraque? Porque seus assessores lhe dizem que é um maricas se não ataca e como é um pouco maricão, vai atacar.

CS: O pai de Bush não pôde.

MOM: Espero que não ataque, gosto tanto da paz, como amo a paz, vi morrer tanta gente na guerra. O que mais me impressionava eram os que se suicidavam antes de cair nas mãos do inimigo. Que horror!

CS: Mas olha que gracioso como o periodista termina o artigo, porque aí muda, depois disto: “Mas depois e antes desta polêmica, Cibeles teve outros protagonistas e aí enumera e termina as duas últimas frases, nomeia a outro desenhista, roupa branca para o homem e a mulher, mulheres de vermelho fogo e nas águas transformadas em saias que podia ter pintado Sorolla.

MOM: Muito bem.

CS: Tudo isto compensou o amargo trago do dia. Digo que cai na trampa, nomeia a Sorolla, quando vai tu saber se tivesse...

MOM: Por aí nomeia a Sorolla porque por aí não conhece os outros, e acredita que os conheça, porque conhecer um pintor, conhecer um poeta não é saber que pintou azul.

CS: Bimba Bosé? Ganhou o prêmio de melhor modelo.

MOM: Ela não é uma modelo do menino? E então, por que lhe deram? Porque é muito boa. Por quê?

CS: Para contribuir mais à toda teoria que temos feito sobre Delfín.

MOM: Não será algo preparado pela imprensa e Delfín não sabe nada sobre a publicidade que lhe estão fazendo?

Depois, por exemplo, o assunto das mulheres, quando eu digo que ele faz um sarcasmo, que é às vezes um pouco superficial como Aznar, quando eu lhe disse terias que ter indagado: o que é isso Menassa de que o governo ri da violência familiar? Bom ri porque acontece que desde que tomaram as rédeas, que disseram que iam se ocupar das mulheres, resulta que há mais violência familiar. Primeiro passo equivocado. Segundo passo equivocado: estão confundindo todas as mulheres do mundo e espero que vocês não se confundam, lhes estão fazendo crer que falar é denunciar, com o qual a mulher nunca jamais vai aprender a falar. Se a mulher crê que falar é denunciar, bom, as pessoas que crêem que falar é denunciar, que se reduz a denunciar não podem nenhum grande negócio nunca na vida porque quem vai confiar em alguém que crê que cada vez que fala tem que denunciar algo.

Terceiro erro: o partido socialista se adianta e apresenta a lei no Congresso contra o maltrato de não sei que caralho e então como estes têm em carteira uma lei melhor, rechaçam (vocês sabem que vivemos na ditadura da democracia) porque como tem setecentos mil votos contra três, então ganharam, então rechaçaram a proposta do partido socialista, que de passagem eu aconselharia a todos os militantes socialistas que saquem o carnê de foder, e todo aquele militante socialista que não foda três-quatro vezes por semana não pode ser socialista, tem que tornar-se do PP, que não brinquem mais. Por que chamam sado-masoquista ao que eles fazem todos os dias? Por quê? Por que se insultam? O partido socialista é um partido necessário, portanto, há que limpá-lo, há que lavar a cabeça destes abobados, que se dêem conta que mudamos de século, que caiu o muro de Berlim, que na União Soviética houve raquitismo e que o capitalismo não melhorou suas formas agressivas e estúpidas de manejar e dobrar as pessoas, como bem mostra Bush.

Mas é como se o PSOE espanhol que está como partido, não soubesse essas coisas, como um canalha como Bush vai atacar o Iraque sem um interesse pelo petróleo dessa zona? Ou vamos crer que o cara realmente crê na teoria do bem e do mal, por favor! No entanto, o partido socialista sem fazer este tipo de análise vai acatar a decisão do caralho para atacar um povo, rebentar um povo para que os Estados Unidos se beneficie economicamente, comercialmente [1] Não, estamos vivendo épocas de terror.

Quero felicitar aos de El País, por favor, que eu sempre insulto, porque me parece gracioso e atrevido, por parte deles, que regalem um livro importante todos os domingos, todos os sábados, porque dessa maneira nos ajudam, se transformam em ajudantes nossos em repartir a cultura entre a população e por aí agora podem se lembrar que nós repartimos uma revista de 125.000 exemplares há seis anos sem que eles se hajam dado conta, agora eles vão presentear poesia aos domingos? Se darão conta que estão nos ajudando a repartir a cultura entre a população. Queria felicitá-los, porque nunca é tarde quando se toma o bom caminho.

Depois, por exemplo, dando a razão aos periodistas e supondo que esse ato tenha sido um ato perverso, malévolo, mal intencionado, que não pode ser, há que ter cuidado porque em Madrid, ocorrem de desses atos, até 10-15 diariamente, atos desonestos, atos injustos, atos daninhos para a mulher, atos em contra do capitalismo e a favor das religiões esotéricas, mas aos periodistas não ocorre pôr o assunto na primeira página, então isso é o que temos que pensar, que ainda que os periodistas tenham razão no que dizem, temos que pensar porque decidiram pôr este ato impuro na primeira página, quando havia tantos atos impuros na cidade. Eu creio que no momento que o menino estava passando pela passarela suas mulheres enforcadas, eu estava me masturbando, e no entanto foi mais importante que as mulheres se enforcassem cegas sobre o cenário (a um grande estilo surrealista porque olha como eu o expliquei a cena: as mulheres se enforcavam cegas no cenário e isso é surrealista total).

MOM: Quando alguém está de viagem não pratica sexo, ou vocês sim? Eu quando era jovenzinho sim. Na realidade não era que viajasse e praticasse siso, eu quando era jovenzinho praticava sexo, e também viajava.

Se o menino tem mérito, para que se dedica a estas coisas, se tivesse se dedicado a bordar na casa da mamãe não lhe aconteceriam estas coisas com os jornais. Tchau. O que faz paga, depois quando todos os pintores de Madrid venham a querer me fuzilar, o que vou dizer-lhes? Não sabía, não me dei conta de que estava lhes estragando o negócio, não me dei conta de que Amelia Díez ia ser uma grande pintora, não me dei conta de que Olga de Lucia ia ser a melhor retratista de Paris, não me dei conta de que Claire Deloupy ia pintar os melhores nus da zona sul, não me dei conta, não me dei conta, o que vou dizer ao cara. Vão querer me matar, não lhes posso dizer que não me dei conta.

Sabes qual é minha ilusão como mestre de pintura? Ser o que pior pinta de todos os meus alunos. Que louco que sou! Bom que louco ou tenho vontade de viver de alguém, porque como sempre mantive a todo mundo, por aí, se todos os meus alunos se tornam melhores do que eu, por aí me mantêm, lhes faço crer que é por mim. [Gargalhadas]. Que mundo o que vivemos!

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[1] Um dia depois da entrevista lemos em El País: “EUA compartilharão o petróleo iraquiano com os países que os apóiem na guerra.”

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