Revista semanal pela Internet
Índio Gris UNE - DIRIGE - ESCREVE E CORRESPONDE: MENASSA 2002 NÃO SABEMOS FALAR, MAS O FAZEMOS EM VÁRIOS IDIOMAS ÍNDIO GRIS
É PRODUTO ÍNDIO GRIS Nº 121 ANO III EDITORIAL ENTREVISTA AO POETA MIGUEL OSCAR MENASSAMiguel Oscar Menassa: Agora, na Europa aproveitaram o narcisismo de Aznar, lhe prometeram não sei que coisa enquanto faziam todos os pactos a França e a Alemanha e conseguiam o que a França e a Alemanha queriam. É forte, a Europa é cruel, é vil. Olha, aos Estados Unidos é a primeira vez que lhe acontece. No outro dia pediram que dessem imunidade para seus soldados. E a Europa lhe disse que não e os Estados Unidos tiveram que baixar as exigências para sua participação nessa merda na qual participa. Volto a insistir, é a inventora da fome, da guerra, da propriedade privada, das conquistas. Carmen Salamanca: Conseguiram um ano de imunidade. MOM: Sim. O que é que estão discutindo? Antes o que pediam? Imunidade para toda a vida, um ano e meio, algo tiveram que ceder. E depois pode ser que haja uma vingança histórica dos Estados Unidos. Na realidade, os Estados Unidos para a Inglaterra e para a Europa teriam que ser como a Argentina para os Estados Unidos, no entanto, por aí, os Estados Unidos têm essa força que têm porque, na realidade, têm a força de todos os países que foram dominados, como os próprios Estados Unidos... na realidade, na língua por quem? Por um país europeu. Eu, quando vejo subir o euro e baixar a bolsa, sabem o que penso? Que é uma manobra dos Estados Unidos. Porque se sobe o euro e baixa a bolsa quer dizer que os Estados Unidos abrem o mercado, porque é mais barata a mercadoria dos Estados Unidos do que a mercadoria européia. Eu vejo essa luta dura, porque na verdade, vão romper o cu da Argentina, e ao Iraque vão comer. Mas depois há uma guerra, estou dizendo, entre Estados Unidos e Europa. Vocês não viram que tanto a Europa como os Estados Unidos jogam para ver quem fica aliado ao Japão? Porque jogam para isso jogam porque vai haver guerra, desta que eles fazem agora, não sei se uma guerra convencional. A guerra convencional a guardamos para os escravos, e entre os amos fazemos guerra de mercado, como assim a chamam. E não é que eu tenha um grande conhecimento das coisas que ocorrem, estas coisas aparecem nos jornais, por isso me impactam. CS: Mas há que saber ler. Público: Há que saber ler e há que ter os dados históricos a parte para inteirar-se, porque mesmo que saibas ler se não sabes o que aconteceu há vinte-trinta anos, se não sabes como era a política de vinte-trinta anos, tampouco não tens nem idéia. CS: Em seus textos sempre aparece uma leitura da realidade. MOM: Em todos os textos de todos os homens que escrevem aparece uma leitura da realidade. O que aparece em meus textos é uma leitura particular da realidade. Isto é, por exemplo, não sei que ciências utilizo (porque isso o homem não pode dizer, haverá outro que o poderá dizer), mas do que estou seguro é que há um pensamento psicoanalítico em tudo o que vejo, em tudo o que ouço, em tudo o que leio, que faz tendência em meu pensar. Sou um homem culto, conheço outros pensamentos, conheço muito bem a teoria do valor, que utilizo bastante bem, porque os que utilizaram mal a teoria do valor foram parar nas covas. Evidentemente a psicoanálise causou efeito em mim, porque a considero uma descoberta humana por excelência, dizer ao homem por que ama, por que odeia. E além disto, como amplia o panorama do sujeito, porque por exemplo, não sei se as pessoas se curam ou não se curam, mas na psicoanálise que faço, (que é a da Escola de Psicoanálise Grupo Cero, que é a psicoanálise que as instituições da Psicoanálise me ensinaram a fazer, que não são outra coisa que os livros de Freud), é melhor que as pessoas estejam sãs, porque aí é onde a psicoanálise rende verdadeiramente, porque em uma pessoa sã que está ocupada com seu destino, com sua vida, com seu trabalho, com suas relações, aí a psicoanálise realmente é maravilhosa, é poder falar em um lugar onde só te cobram um pouco de dinheiro, só isso. Para as pessoas muito inteligentes, a psicoanálise será fundamental neste século, fundamental, se separara os atores de cinema e de teatro os que se psicoanalisam e dos que não se psicoanalisam, os diretores, os empresários, haverá empresários que se psicoanalisem e serão bandos. Pode ser que essa guerra, psicoanalisado, não psicoanalisado se antecipe à guerra homem-mulher, porque a mulher todavia não está preparada para fazer a guerra. Porque essa é em definitiva a última luta de classes, homem e mulher. Viste como brinca Menassa, brinca e diz a sério, diz: “mulher, dizer mulher, exaltar o amor, enobrecer o pranto”, a mulher se alcança o poder faria isso, enobrecer o pranto, exaltar o amor, mas claro... por aí nos convém dizer que o amor é bom... Pelas dúvidas porque como é a única revolução que falta, a única revolução possível de realizar-se, então é conveniente pensar na mulher. AD: Primeiro a mulher tem que se psicoanalisar para fazer a revolução porque se não.... MOM: Terá que se psicoanalisar um pouco sabes por quê? Porque já nos livros de ficção científica, estas revoluções para esta época, eram feitas com psicólogos superespeciais, leitores de mente. E,
por exemplo, um pequeno avanço da direita, se queres o explico desde nosso
saber, o pequeno avanço da direita, é porque à esquerda todavia falta a
psicoanálise e a direita já a tomou. A direita já a tomou para a publicidade
subliminar, para o grande cinema, para os grandes negócios, para suas empresas,
e a esquerda todavia segue pensando... Parece um avanço da direita, mas é nada
mais que porque a esquerda ou o que se chamava esquerda, ou o que resta do que
se chamava esquerda, todavia estão contra a psicoanálise. Assim lhes acontece.
UM HOMEM SOLITÁRIO NÃO É UM HOMEM Um
homem solitário Um
homem Um
homem que canta Não
há altura que sobrepasse Alguém
tocará minha voz Me
forço a compreender Vertigem
de luz Abro
a boca Homem,
QUERIDA: Fortalecido
de tanto sustentar minhas correntes
- Isto da psicoanálise é como uma masturbação sem acabar, até que depois a termino em minha casa. Estive a ponto de dizer-lhe, mas não lhe disse nada: - Quando está só em sua casa, para que ninguém a veja gozar.
Saciadas, competem agora para ver para que estão melhor preparadas e alternativamente uma me chupa a pica e a outra o cu. Nos abraçamos, nos abraçamos os três lentamente e recordamos os primeiros momentos da noite, e nossos corpos voltam a tremer de medo e de desejo, como se todavia não nos tivéssemos dado o primeiro beijo. E ao mesmo tempo uma em cada ouvido, me diziam, com distinta voz: - Meu amor. Meu amor. E eu enlouquecia. Pertencer dessa maneira e a duas vozes diferentes, me enlouquecia. Até o dia de hoje, votaram: Pornografia: 260.000 Erotismo: 440.000
Nenhum
candidato deve ser escutado em seus protestos. Se estão aí, é porque
desejam. Devemos utilizá-los
como candidatos.
É
necessário romper o equilíbrio. Índio Gris ISTO É PUBLICIDADE
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